Os produtores rurais e pescadores capixabas terão R$ 2,7 bilhões disponíveis para financiar atividades até junho de 2015. Nesta segunda-feira (30), o Governo do Espírito Santo e as instituições financeiras que operam crédito agropecuário no Estado, lançaram o Plano de Crédito Rural Para o Espírito Santo, Safra 2014/2015. O valor é o maior da história.
"As políticas públicas no Espírito Santo são articuladas para garantirmos que o desenvolvimento chegue a todas as regiões e para que tenhamos, a cada dia, mais capixabas com capacidade para se apropriarem dos frutos do nosso desenvolvimento. E o Plano Safra vem ao encontro dessas premissas, fortalecendo um dos nossos pilares econômicos – o agronegócio -, de forma articulada, com a participação de diversos agentes financeiros e, principalmente, com a contribuição direta dos bancos estaduais, para efetivamente colaborar com a redução das desigualdades, gerando oportunidades, emprego e mais renda no campo", destacou o governador Renato Casagrande.
O recorde de R$ 2,7 bilhões foi viabilizado por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Banestes, Bandes, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa, SICOOB, Cresol, OCB-ES, Governo Federal e de representações do público beneficiário, com destaque para Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo (Fetaes) e Federação das Colônias e Associações de Pescadores e Aquicultores e Federação das Associações de Pescadores Profissionais, Artesanais e Aquicultores do Espírito Santo (Fapaes).
“O Governo do Estado, em conjunto com as instituições financeiras e as organizações de produtores rurais e pescadores capixabas, elaborou o Plano de Crédito Rural que disponibiliza recursos com taxas e prazos adequados às explorações agropecuárias, e esse montante recorde para a aplicação nos próximos doze meses tem como objetivos maiores a modernização tecnológica dos cultivos e o aumento da renda das famílias do interior capixaba”, destaca Enio Bergoli, secretário de Estado da Agricultura.
A meta do Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo, que vai de julho de 2014 a junho de 2015, é efetivar mais de 70 mil operações. Dos R$ 2,7 bilhões disponíveis, especificamente para a agricultura familiar ser destinado R$ 1 bilhão, para mais de 44 mil operações, e para a agricultura não-familiar, a meta é investir R$ 1,7 bilhão, em mais de 26 mil operações.
Para o diretor-presidente do Bandes, Guilherme Henrique Pereira, o crédito do banco é estratégico por ser na sua integralidade aplicado em investimento. “A meta do Bandes é R$ 200 milhões para este ano-safra. No universo de R$ 2,7 bilhões, não parece muito, mas como o banco só faz investimento, respondemos por 25% desse tipo de crédito para os produtores capixabas. Isso significa que o banco atua estrategicamente e contribui decisivamente para modernização e implantação de novas tecnologias de produção no campo”.
“Em quatro anos, vamos praticamente dobrar a aplicação de crédito rural no Estado, um indicador que retrata dinamismo econômico no rural capixaba, confiança dos agricultores em suas atividades geradoras de renda, ampliação da produção e melhoria da qualidade dos alimentos ofertados à mesa dos consumidores”, afirma Bergoli.
No Espírito Santo, a agricultura gera renda para milhares de famílias e é o segmento mais importante para 61 dos 78 municípios capixabas e crédito rural fortalece as atividades agrícolas já consolidadas e incentiva novas culturas e criações.
Prioridade de aplicação dos recursos
Os recursos serão destinados a todas as cadeias produtivas desenvolvidas no Estado, com destaque para as linhas prioritárias, tais como:
• Cafeicultura
– Melhoria da qualidade e da produtividade
– Renovação de lavouras
– Equipamentos para colheita e preparo
• Fruticultura
– Produção e agroindustrialização
– Novos plantios
• Pecuária de leite
– Melhoria da qualidade e produtividade leiteira
– Sistema de pastejo rotacionado
– Irrigação e renovação de pastagens
• Pesca
– Ampliar o acesso dos pescadores artesanais ao crédito
• Irrigação
– Substituição de equipamentos pouco eficientes
– Melhoria da eficiência da irrigação e redução do consumo de água e energia
• Agricultura poupadora de recursos naturais e plantios florestais
– Ampliação de áreas com cultivos sustentáveis
• Ênfase Especial:
– Concentrar esforços na aplicação de recursos na renovação das lavouras cacaueiras;
– Incentivar a renovação das lavouras de café Conilon na Região Sul do Estado.
– Fomentar o acesso dos agricultores enquadrados no Pronaf B ao crédito.
• Outras atividades: pecuária de corte, floricultura, apicultura, aquicultura, olericultura, pequenos e médios animais (avicultura, suinocultura, etc.), empreendimentos agroindustriais, juventude, dentre outras.
RESUMO DE TAXAS E LIMITES DE – SAFRA 2014/2015
Agricultura Familiar
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Limite de Crédito (R$)
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Prazo máximo
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Taxa de Juros
(% ao ano)
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Investimento
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Até 150 mil
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Até 10 Anos
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0,5 a 2,0%
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Custeio
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Até 100 mil
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Até 24 meses
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1,5 a 3,5%
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Agricultura Não-Familiar MÉDIO
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Limite de Crédito (R$)
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Prazo máximo
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Taxa de Juros
(% ao ano)
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Investimento
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Até 385 mil
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Até 8 anos
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4,0% a 5,5%
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Custeio
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Até 660 mil
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Até 24 meses
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5,5%
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Agricultura Não-Familiar DEMAIS
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Limite de Crédito (R$)
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Prazo máximo
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Taxa de Juros (% ao ano)
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Investimento
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Até 1,1 milhão
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Até 15 anos
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4,0% a 6,5%
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Custeio
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Até 1,1 milhão
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Até 24 meses
|
6,5%
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PLANO DE CRÉDITO RURAL PARA O ESPÍRITO SANTO – SAFRA 2014/2015
Modalidade
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Safra 2014/15 (META)
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Operações (Nº)
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Montante (reais)
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PRONAF
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Custeio
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19.000
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300.000.000
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Investimento
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25.000
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700.000.000
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Total (1)
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44.000
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1.000.000.000
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NÃO-PRONAF
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Custeio*
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22.000
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1.300.000.000
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Investimento
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4.000
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400.000.000
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Total (2)
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26.000
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1.700.000.000
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Total (1+2)
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70.000
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2.700.000.000
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