Em homenagem ao bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817, uma sessão solene foi realizada nesta terça-feira (7), no plenário Ulysses Guimarães, da Câmara dos Deputados. O ato foi proposto pelo deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) para celebrar o movimento de emancipação deflagrado contra a coroa portuguesa, no período colonial.
Na solenidade, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ressaltou que é preciso que a Revolução Pernambucana e seus ideais de luta pela liberdade inspire os brasileiros, acima de questões individuais ou partidárias, a superar o momento pelo qual o país passa “de gravíssima crise política, econômica, social e ética” e a “pensar na transformação dele em uma Federação”.
“Os Estados e os municípios devem ter em mente que nós precisamos transformar o nosso país numa verdadeira Federação. É preciso que esses exemplos históricos fiquem nas nossas mentes, nos nossos corações e, sobretudo, na nossa ação política, na ação administrativa dos nossos governantes pra que possam ter força, coragem, disposição, eficiência, capacidade para levar à frente um processo de mudança que terá que ser feito, necessariamente, num país tão desigual como o Brasil no sentido de atender às demandas populares daqueles que mais precisam”, afirmou.
Siqueira disse ainda que as mudanças a serem realizadas para melhorar a situação do país não podem comprometer as conquistas já alcançadas pelas pessoas mais humildes. “Não podemos admitir, de modo algum, que as mudanças que sejam promovidas retirem direitos daqueles que já têm tão pouco e que, durante séculos, não tiveram direito algum. É preciso que se avance e tudo isso pode ser feito com inspiração em atos heroicos para que o povo sinta a legitimidade dos seus governantes, e que os governos recobrem a legitimidade que o povo reclama”, afirmou.
O presidente socialista disse que é importante lembrar a data história por ser um exemplo de busca pela liberdade. “A Revolução Pernambucana de 1817 é, sobretudo, um exemplo de um Estado e de um povo irredentos que sempre quiseram viver em liberdade, com autonomia, lutando por uma boa causa. E essa liberdade que foi conquistada à custa da vida de muitas pessoas, com sangue, com prisões, com punições, não diminuiu um único centímetro do sentimento e do orgulho de sermos pernambucanos, brasileiros e de compor o mapa desse querido e imenso país”, pontuou.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, narrou trechos da história da Revolução dos Padres, como também é conhecido o movimento, e afirmou que a homenagem realizada na Câmara dos Deputados é uma importante contribuição para atenuar “uma dívida histórica com os pernambucanos”. “A Revolução Pernambucana de 1817 nunca recebeu da historiografia oficial o destaque que lhe é devido”, cobrou.

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Câmara
Câmara destacou que o legado que perdura após dois séculos deve ser reconhecido. “O mais importante é a constatação de que a luta pela república foi uma das sementes do 7 de setembro apenas cinco anos depois. Receber do Brasil tal consideração, ainda que tardia, muito nos honra. E essa sessão solene é a mais importante contribuição pra que os comprovados fatos históricos sejam chancelados. E igualmente importante é constatar que a revolução não dividiu os brasileiros, ao contrário, buscou a unidade de todos contra um adversário comum, o colonizador”, explicou.
O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), proponente da cerimônia de homenagem, também destacou os ideais da luta pela liberdade. “Em tempos de crise ética, política e econômica, é muito importante relembrarmos os ideais que guiaram grandes líderes ao longo da nossa história na luta por independência. Liberdade e igualdade foram lemas da época que não devemos esquecer nos dias atuais”.
Alencar comentou a mudança radical na estrutura da sociedade provocada pela Revolução Pernambucana. “Não era apenas uma indisposição contra a pesada carga tributária do império. Era o desejo profundo de construir uma nação independente do julgo português. Centenas de heróis morreram lutando pela liberdade no Brasil. É importante destacar a coragem e o espírito de luta que sempre caracterizaram o povo pernambucano. A Revolução Pernambucana entrou para a história como o maior movimento revolucionário do período colonial”, enfatizou.
Também estiveram presentes na solenidade o presidente da FJM e secretário-geral do PSB, Renato Casagrande, a líder do PSB na Câmara, deputada Tereza Cristina (PSB-MS), o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry (PMDB), entre outros socialistas e autoridades.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional