
Foto: Alexandre Amarante/Assessoria PDT
O presidente nacional do PSB, João Campos, participou de uma reunião com líderes de partidos de esquerda na tarde desta terça-feira (5), em Brasília, em que aprovaram um manifesto em defesa da soberania e de pautas comuns de importância para o país.
A reunião foi realizada em reação à obstrução dos trabalhos no Congresso anunciada por congressistas aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com a ordem de prisão domiciliar expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na ocasião, Campos afirmou que os partidos – PSB, PT, PDT, PC do B e Rede – estarão “irmanados”.
“O objetivo do nosso manifesto é poder fazer uma agenda que cuide do povo brasileiro. Aqui, os partidos estão irmanados em defender a redução do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, garantir uma política tributária justa e defender um patrimônio do nosso povo que passa pelo PIX, que passa pela autonomia sobre as terras raras e a garantia do cuidado disso, de garantir também a nossa independência em torno do conhecimento e como é a relação das big tech com as democracias mundo afora”, disse.
“É preciso ter muita coerência para fazer essa defesa e fazer de forma afirmativa porque o ato patriótico de defesa do país é defender uma democracia sólida, que é o direito das pessoas, as conquistas e o patrimônio do nosso país”, prosseguiu.
“Então o Brasil vai seguir firme e forte e, enquanto presidentes de partido, estamos aqui irmanados e concordando em fazer essa defesa da soberania do Brasil e do povo brasileiro”, finalizou o presidente do PSB.
Leia a íntegra do manifesto:
UNIDADE EM DEFESA DO BRASIL
“Defender a nossa pátria e sua soberania é condição de ser brasileiro. Independente de cores partidárias ou de preferências políticas, na condição de partidos aqui reunidos, estamos certos de que a bandeira do nosso país é aquela que melhor nos representa contra qualquer tentativa de imposição ou de ameaça.
Mais até do que um Brasil dos brasileiros, somos reconhecidos como uma nação aberta ao multilateralismo e ao diálogo com o mundo. É por isso que o nosso país se tornou uma referência internacional, voltando a ser ouvido. Respeitamos a todos e, por isso, passamos a ser ainda mais respeitados.
A taxação imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixa claro que o seu apoio político à impunidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos demais traidores da pátria se sobrepôs à relação que os dois países cultivaram por mais de 200 anos. A decisão, mesmo com a balança comercial favorável à economia norte-americana, mostrou-se arbitrária por querer colocar em xeque a independência da justiça brasileira e cercear novos métodos de pagamentos que atendem a população, como é o caso do PIX. Soma-se a isso o claro interesse econômico por parte de setores ligados às big techs e à exploração de recursos estratégicos, como as terras raras brasileiras, fundamentais para as cadeias produtivas globais.
Ao tentar punir o Brasil por suas escolhas internas, o presidente Donald Trump busca impedir que o Brasil exerça plenamente sua soberania sobre nossas riquezas e interferir em nossa liberdade de estabelecer relações diplomáticas com outras potências emergentes. Como nação, sabemos defender aquilo que é inegociável. Não podemos deixar que outro país queira intervir no modo como a Justiça brasileira se posiciona.
A impunidade não deve, nem vai, prevalecer para quem atenta contra a democracia ou contra a soberania brasileira, independente do sobrenome ou do posto já ocupado. É uma questão de justiça. Jair Bolsonaro traiu a pátria ao tentar submeter os interesses nacionais a potências estrangeiras, enfraquecer instituições, coagir o Poder Judiciário e buscar apoio externo para escapar das consequências legais de seus atos. Foi essa combinação de traição, pressão indevida sobre o sistema de justiça e tentativas de negociar os interesses do povo brasileiro em benefício próprio que fundamentou as medidas cautelares e, posteriormente, a decretação de sua prisão domiciliar.
O julgamento de Jair Bolsonaro deve seguir com responsabilidade, transparência e o devido respeito ao Estado de Direito, até que todos os envolvidos na tentativa de golpe contra a ordem democrática e na trama criminosa para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de
Moraes, sejam devidamente responsabilizados. A democracia brasileira não será refém do medo, da violência política ou da chantagem institucional. O país exige justiça plena — não por vingança, mas para garantir que ataques tão graves jamais voltem a ameaçar o pacto constitucional firmado pelo povo brasileiro.
Nas relações internacionais, a porta para o diálogo está e deve permanecer aberta. Se temos mais de 700 itens de exportação fora da pauta de taxação é por que o Governo do Brasil, sob a liderança do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, avançou com negociações diretas entre os setores produtivos dos dois países e com o governo norte-americano.
Temos certeza de que o Brasil vai seguir no caminho do diálogo, da diplomacia e do desenvolvimento econômico e social, como deseja a imensa maioria da população, buscando novos mercados e oportunidades mundo afora. Não iremos permitir que essas interferências externas nos desviem do foco de promover justiça tributária e seguir enfrentando as desigualdades brasileiras —
esse é um compromisso inegociável com a população. Não começamos esta disputa e somos os maiores interessados em encerrá-la de forma justa, mas vamos continuar firmes na defesa dos interesses do povo brasileiro, da nossa pátria e da nossa soberania. Com diálogo, com proteção aos brasileiros prejudicados e com a coragem de fazer sempre o que é certo.”
VIVA O POVO BRASILEIRO!
Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB
João Campos, presidente nacional do PSB
Edinho Silva, Presidente nacional do PT
Carlos Lupi, presidente nacional do PDT
Paula Coradi, presidente nacional do PSOL
José Luiz Penna, presidente nacional do Partido Verde






