Veja a entrevista com o candidato do PSB à Prefeitura de Campinas
Do G1 Campinas e Região
O candidato do PSB à Prefeitura de Campinas, Jonas Donizette, foi entrevistado ao vivo, nesta quinta-feira (20), no Jornal da EPTV. O candidato Rogério Menezes (PV) será entrevistado na sexta-feira (21).
Já foram exibidos esta semana bate-papos com Pedro Serafim (PDT), Marcio Pochmann (PT) e Arlei Medeiros (PSOL).
A ordem da série de entrevistas foi definida em sorteio.
Abaixo, leia a transcrição das perguntas e respostas do candidato do PSB.
Luciane Viegas: O senhor está há 11 anos no PSB, imagino que siga muito bem os princípios do partido, é uma questão até porque o senhor é parlamentar. E a gente reparando ali dentro do estatuto do PSB, está claro lá que uma das propostas do partido é acabar com os impostos indiretos. Aqui em Campinas, a gente tem o ISSQN, que pesa muito na arrecadação do município, praticamente 25%. Eu gostaria de saber se o senhor vai seguir a proposta do seu partido e acabar com esse imposto.
Jonas Donizette: O ISS é um imposto importante. Hoje, dos impostos da arrecadação direta, ele é o maior volume da arrecadação tributária. Nós não vamos acabar com esse imposto. Nós vamos procurar fazer dele um imposto justo para a população. Hoje nós temos muitas categorias… Ontem de manhã, eu tive um encontro com a categoria dos corretores de seguros, que fizeram uma sugestão que pudesse reduzir o ISS. Mas tudo isso nós temos que fazer com muita responsabilidade. Nós não podemos reduzir imposto e afetar a receita da Prefeitura. A ideia é fazer uma redução e ampliar a base de arrecadação. Um imposto mais justo para que a Prefeitura possa arrecadar e quem paga o ISS não pese no bolso.
Luciane Viegas: Quer dizer, o senhor está dizendo em uma justiça maior, mas não seguir o que está dentro do princípio do PSB, que é acabar com o imposto indireto.
Jonas Donizette: Olha, na verdade, quando nós falamos em imposto indireto no estatuto do partido, nós falamos sobre justiça social. O PSB é um partido que ele apregoa um equilíbrio de finanças públicas. O socialismo moderno, que é o que nós praticamos, é você ter eficiência administrativa. Então, nós vamos seguir o estatuto do partido, mas dentro da realidade da nossa cidade. E a realidade de Campinas hoje é que a carga de imposto é muito pesada para a nossa população. Nós vamos fazer um trabalho para equacionar este problema.
Eduardo Brambilla: Candidato, na sua propaganda política, o senhor promete fazer duas obras muito importantes, que é a reforma do Terminal Central e também a reforma e ampliação do Viaduto Cury. Mas estas obras já estão previstas no projeto do BRT. Eu estou com ele aqui em mãos, inclusive. Esse projeto é de 1 de abril do ano passado e, inclusive já tem recursos liberados. Isso não passa uma imagem para o eleitor de que o senhor está tentando enganá-lo?
Jonas Donizette: De maneira nenhuma, Eduardo. Na verdade, nós reconhecemos na nossa propaganda de TV que esse projeto é um projeto que vem do governo anterior. Inclusive eu votei, como deputado federal, o PAC 2 da Mobilidade, que é o programa do governo federal que viabilizou as verbas para que essas obras fossem feitas. Aliás, uma das coisas que a população reclama muito é que, quando um prefeito entra, às vezes ele quer, na ânsia de fazer coisas novas, deixa para trás coisas que precisam ser feitas. Eu assumo um compromisso com a população…
Luciane Viegas: Mas o senhor não cita que é da administração anterior.
Jonas Donizette: eu não vou começar nenhuma obra nova sem antes fazer aquelas que estão programadas.
Eduardo Brambilla: É porque, quando o senhor fala que vai fazer, dá a impressão justamente que é uma coisa nova. Mas está nesse projeto que é do governo Doutor Helio ainda.
Jonas Donizette: Mas eu citei claramente no meu programa de televisão que fala sobre transporte. Eu convido você e a Luciane para assistirem, e as pessoas que estão em casa poderão ver pela internet, que nós damos todo o crédito ao projeto que foi feito no governo anterior. E, na tribuna da Câmara, quando eu usei a tribuna para falar sobre esse projeto, quando foi aprovada a verba para Campinas, eu falei que era uma luta que vinha de governos anteriores. Eu não tenho problema nenhuma em reconhecer coisas boas que foram feitas e dar continuidade a estas ações num futuro governo nosso.
Luciane Viegas: Candidato, de fato, o senhor diz, na abertura do programa, que a verba já foi conseguida, já está aí, não puxou esse mérito para o senhor não. O que a gente está questionando são aqueles dois pontos específicos que o Eduardo levantou da reforma do terminal, que parece, naquele momento da propaganda do senhor, que aquilo é uma novidade que o senhor vai trazer. Aí não está claro, nesses dois itens especificamente, que aquilo já faz parte do projeto. O senhor não precisa trazer porque já está dentro do projeto da Prefeitura.
Jonas Donizette: Olha, eu acho que essa é uma discussão menor, Luciane. Eu digo assim… Eu falo que Campinas tem bons técnicos. Na propaganda eu falo: Campinas tem bons técnicos e já tem o projeto elaborado. O importante é a população saber que nós vamos empreender energias para realizar esses projetos, para que essas obras aconteçam. E é importante avisar a população também, que isso não está tão consolidado como se fala. É preciso apresentar o projeto executivo, que ainda não foi feito. E somente depois da apresentação desse projeto executivo, que será feito pelo futuro prefeito, que nós esperamos que a população nos escolha nas urnas, é que, aí sim, nós poderemos viabilizar estas obras. Então, não é bem verdade, não é uma verdade completa que esses projetos eles estão totalmente feitos pela administração passada. Existe diferença entre o projeto básico e o projeto executivo. O projeto executivo é aquele que tem o detalhamento da obra.
Luciane Viegas: Candidato, mudando de assunto…
Jonas Donizette: Pois não.
Luciane Viegas: Um assunto muito polêmico desde que a campanha começou é o fato de o vice do senhor ter primeiro uma decisão da justiça local dizendo que ele estava impugnado, depois uma decisão do TRE. Ainda falta o TSE, mas o fato é que nesse momento não houve nenhuma alteração dentro da campanha do senhor de imaginar: “olha, já que existe uma dúvida, vamos trocar de vice. Por que o senhor, defendo a lei, nesse caso da Lei da Ficha Limpa, o senhor não trocou de vice?
Jonas Donizette: Luciane, muito obrigada pela pergunta. Eu fico feliz de esclarecer o telespectador. Eu fui o primeiro deputado que propôs a Lei Ficha Limpa no estado de São Paulo. Na dúvida, na Justiça, você nunca pode fazer um inocente como culpado. A nossa campanha acredita na inocência do candidato a vice porque ele não tem nenhum envolvimento com improbidade. Então, nós fizemos dois recursos. Ele não foi condenado a nenhuma devolução de dinheiro. Existe uma jurisprudência no Tribunal Superior Eleitoral de um caso semelhante ao dele, em que o candidato teve o registro deferido. Então, nós acreditamos na Justiça e recorremos ao Tribunal Superior Eleitoral e vamos aguardar a decisão da Justiça.
Luciane Viegas: Mas e o eleitor? Porque o eleitor está correndo o risco de, até a véspera da eleição, ou o partido ter que mudar um candidato a vice e a pessoa que vai votar nem saber que mudança foi essa, ou o senhor levar uma campanha até o final com um vice e depois sair essa impugnação lá na frente. Não é um risco para o eleitor que está escolhendo o senhor na urna sem saber quem exatamente vai estar com o senhor?
Jonas Donizette: De forma alguma. O eleitor na nossa campanha, o cidadão de Campinas, sempre esteve em primeiro lugar. Nós não vamos deixar que nenhuma dúvida paire na cabeça do eleitor. Nós estamos aguardando para os próximos dias essa decisão da justiça. Temos confiança em uma decisão favorável.
Luciane Viegas: E se for na véspera, candidato?
Jonas Donizette: Nós não vamos deixar nenhuma dúvida pairar na cabeça do eleitor. Qualquer medida que a campanha tomar será de pleno conhecimento da população para que a população vote com consciência do voto que está dando. E quem for votar no Jonas Donizette terá essa tranquilidade num período apto. antes da eleição.
Eduardo Brambilla: Agora, candidato, o PT tem um candidato próprio aqui na cidade e o senhor está usando imagem da presidente Dilma Rousseff também no seu programa eleitoral. Isso não acaba confundindo o eleitor? O eleitor não sabe quem a presidente está apoiando de fato, já que tem um candidato do partido dela aqui na cidade?
Jonas Donizette: Eduardo, a presidenta Dilma enfrentou um primeiro ano de governo muito difícil. Hoje ela está popular, todo mundo quer abraçar. Mas o primeiro ano foi difícil e eu estive do lado dela…
Eduardo Brambilla: Mas o PSB está se afastando dela um pouquinho em várias capitais.
Jonas Donizette: Votando com ela mais do que alguns deputados do próprio PT. E a Justiça me deu ganho de causa nesse quesito. Nós não estamos fazendo nada de ilegal. Eu não estou falando que a presidente Dilma apoia minha candidatura. Nós estamos falando que nós somos base do governo da presidenta Dilma e, como base do governo da presidenta Dilma, nós teremos condições de trazer recursos para Campinas. E o PSB não está se afastando da presidenta Dilma. A eleição municipal é um momento de disputa. Não é porque nós somos base de apoio lá em Brasília que nós não podemos ter as nossas candidaturas nas cidades.