JSB completa 30 anos de uma história de lutas pela democracia

“Nossa ideia é cada vez mais levar a JSB para a base e sermos o motor do partido, que ocupa espaços e conquista mandatos como planejamos para as eleições municipais de 2020. Para isso, já estamos nos organizando e atraindo cada vez mais jovens qualificados”, antecipou Sechi.

Extensa programação

Na quarta-feira (10), a juventude socialista participou da abertura do 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune) e do lançamento da campanha “Mais livros e menos armas”, na Universidade de Brasília (UnB). No dia seguinte, a programação foi voltada para as pautas da JSB Feminista, em parceria com a Secretaria Nacional de Mulheres (SNM) do PSB.

Foram debatidos temas como a participação feminina na política, políticas públicas para as mulheres com ferramentas de combate ao feminicídio, a resistência durante a ditadura até os dias atuais e o papel da militância feminista.

Ainda na quinta-feira (11), parlamentares socialistas foram debatedores em mesas do Conune, no Instituto Central de Ciências (ICC) da UnB. O deputado federal Aliel Machado (PSB-PR) falou sobre “O Plano Nacional de Educação – A sangria do financiamento educacional e a nova etapa da luta de estudantes e professores no Congresso Nacional”. A deputada Lídice da Mata (PSB-BA), discutiu o tema “Da afirmação das identidades raciais ao genocídio da juventude negra”. Já a pauta “A instabilidade entre os poderes da república e o futuro do governo Bolsonaro” foi a temática abordada pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

O socialista Gervásio Maia (PB) participou da mesa sobre “O projeto do MEC e o menosprezo à universidade pública brasileira” e o deputado João Campos (PSB-PE) participou do debate com o tema “O Brasil a preço de banana: entreguismo e destruição da soberania nacional”.

O presidente do Instituto Pensar e membro da Executiva Nacional do PSB, Domingos Leonelli, fez palestra sobre o tema economia criativa, nesta sexta-feira (12).

No final da manhã, a juventude socialista participou de uma passeata com o mote “Não matem nosso futuro: educação, emprego e aposentadoria” na Esplanada dos Ministérios. Para encerrar a noite, os 30 anos da JSB serão comemorados em uma festa no Ginásio Nilson Nelson, às 19h.

No final de semana, a juventude socialista participa da comemoração pelos 40 anos de reconstrução da UNE e de plenárias sobre educação e movimento estudantil, além da eleição da nova diretoria da entidade.

JSB na história do PSB

A Juventude Socialista Brasileira (JSB) foi criada em 13 de julho de 1989, na véspera do Congresso Nacional do PSB. O cenário no Brasil na época era de pós-ditadura militar e de efervescência pela redemocratização, na qual as lutas pela liberdade e pelos direitos individuais e coletivos eram fundamentais.

À época, a Direção Nacional do PSB estimulou a organização da juventude como mais um braço de apoio do partido, assim como já eram os segmentos de mulheres e sindical, para participar das discussões na sociedade sobre questões que fizessem o país avançar.

Já despontavam como fundadores da JSB jovens como Beto Albuquerque, atual secretário de Relações Governamentais do PSB, e Rodrigo Rollemberg, ex-governador do Distrito Federal.

“Há 33 anos, eu estava no movimento estudantil, com toda uma agitação e uma contestação política de um jovem e, então, escolhi me filiar ao PSB. Naquela época, junto com o Rollemberg, a juventude nasceu da nossa rebeldia, da nossa luta artesanal, do corpo a corpo, da peregrinação nas escolas e universidades para buscar quadros jovens a se filiarem ao partido e darem um contorno mais estrutural ao que seria a futura JSB”, contou Albuquerque.

Durante o Congresso do PSB, em 1989, Gildelson Felício de Jesus foi então eleito como o primeiro coordenador da JSB para um mandato de um ano, sendo reeleito depois até 1992. Segundo ele, a juventude do PSB era embrionária, mas com uma participação de boa parte dos Estados, que realizava passeatas, encontros e mobilizações com as bandeiras do PSB.Além disso, como referências nos debates para preparar a militância, os jovens tinham nomes como Antônio Houaiss, Roberto Amaral, Jamil Haddad, Célio Castro, João Capiberibe, Carlos Saboia e José Paulo Bisol, comprometidos com a luta e o ideário socialistas. No ano seguinte, filiam-se ao PSB os ex-governadores e ex-presidentes do PSB, Miguel Arraes e Eduardo Campos, que também tornaram-se líderes nacionais do partido.

“Não era fácil fazer política naquela época, não tínhamos toda a tecnologia de hoje, era tudo no corpo a corpo. Mas nós, da juventude, tínhamos toda uma empolgação para querer transformar o Brasil e colocá-lo nos eixos após uma ditadura sombria”, disse Gildelson.

Ele ainda destaca que ter sido o primeiro a coordenador a JSB foi a maior experiência de sua juventude. “Atuar na JSB me deixou um legado de estar no centro de um partido que discute posições políticas e ideológicas em defesa dos interesses nacionais, mas que não abre mão de seus princípios e bandeiras”.

Para Gildelson, com o atual governo de extrema-direita, é preciso que a juventude socialista esteja “altiva, vigilante, pensando para frente, combatendo toda forma de intolerância e lutando pelas mulheres, trabalhadores, LGBTs e negros”.

Beto Albuquerque também defende que, com o atual conservadorismo no Brasil, é necessário “mais do que nunca” que a juventude se apresente à sociedade, com um tom mais crítico tanto para dentro quanto para fora do partido. “Hoje, a JSB tem apoio e estrutura, por isso, precisa ter mais intensidade na luta contra esses pensamentos conservadores implantados no país”.

O socialista também destaca a importância da iniciativa do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, neste ano, de propor a ideia da autorreforma do partido.

“Acho muito importante para manter o partido coerente com sua história, modernizar nosso jeito de trabalhar, de dialogar internamente e de nos relacionarmos com a sociedade, além de atualizarmos as agendas de compromissos dos socialistas para que o PSB continue sendo inclusivo, inovador, criativo e jovem”, afirmou Albuquerque.

“Hoje, a comunicação é instantânea. No entanto, vivemos um momento complicado onde parcela da população está assistindo a tudo de braços cruzados. Então, é importante essa autorreforma para nos encaixarmos nesse novo modelo de comunicação e mobilização”, disse Gildelson.

Durante as gestões do ex-governador e ex-presidente do PSB, Miguel Arraes, o socialista Silvânio Medeiros atuou como secretário nacional da JSB (1999 a 2001, reeleito em seguida até 2003). Para ele, em todas as épocas, a juventude tem seu papel fundamental, seja na vida partidária seja na sociedade em geral.

“Durante a gestão de Arraes, foi um momento ímpar de aprendizado para quem conviveu com uma figura tão destacada como ele. E a JSB, desde aquela época, sempre foi atuante nas reivindicações e participações do movimento estudantil, batendo de frente quando preciso”, contou.

“Os jovens sempre têm seu papel de vanguarda na luta política, sem eles, não haveria renovação” .