A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga desvios na Petrobras, se reuniu, nesta quarta-feira (17), para ouvir o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Entretanto, o ex-diretor manteve o direito de permanecer em silêncio e se recusou a responder às perguntas do relator e demais parlamentares durante toda reunião. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) criticou esse fato e afirmou que a reunião serviu apenas como palanque eleitoral para alguns parlamentares.
"Paulo Roberto Costa deve ter pensado durante todo tempo, qual a finalidade dele estar ali, já que não tinha nada a declarar, mas depois de ouvir de alguns deputados que está tudo bem com a Petrobrás, se isso aqui não é palanque eleitoral, eu não sei mais o que é". Uma das perguntas de Delgado para Costa foi se ele confirmava os nomes que constam na lista de autoridades apontadas como beneficiárias de recursos ilícitos durante Delação Premiada.
"Surgiu o nome de alguém que já morreu, e que nem o direito de se defender tem", disse Delgado ao se referir a Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em agosto. O socialista disse ainda que as suspeitas acerca dos nomes pode influenciar de maneira prejudicial a disputa nestas eleições. "Principalmente nos pleitos estaduais, já que há a indefinição sobre o envolvimento de alguns deputados", afirma.
Ao final da reunião, integrantes da CPMI da Petrobras aprovaram requerimento para ouvir a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza. O relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), assumiu o compromisso em dar continuidade aos trabalhos, mesmo no período pré-eleitoral, sem que haja interrupções no processo investigatório.