O Conselho de Ética da Câmara ouviu, nesta terça-feira (1°), depoimento do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), sobre suposta relação com o deputado André Vargas (sem partido) e com o doleiro Alberto Youssef. Os dois estão envolvidos em escândalo sobre possível interferência política em favor do laboratório Labogen, que pretendia fechar contrato com o Ministério da Saúde para fornecimento de remédios. A empresa seria um laboratório de fachada do doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal (PF) na operação Lava Jato, de combate à lavagem de dinheiro. O deputado nega as acusações.
Para o relator do processo de cassação de Vargas, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), Vaccarezza estava mais preocupado em se defender do que em responder as perguntas e cumprir o seu papel como testemunha.
Ao responder sobre algumas notícias veiculadas na imprensa, Vaccarezza negou qualquer envolvimento com o caso e afirmou que nunca recebeu Vargas e Yousseff em seu apartamento. No entanto, relatório da Polícia Federal cita mensagem do doleiro a Vargas, onde este afirmava estar na casa de Vaccarezza.
Além disso, o petista também disse ter consciência de que André Vargas não fez lobby para o laboratório. Para ele, o único erro de Vargas foi utilizar um avião pago pelo doleiro para viajar ao Nordeste.
De acordo com o Delgado, as declarações de Vaccarezza de que não sabia de nada precisam ser elucidadas com documentos que os parlamentares receberão para analisar o caso. “Acho que ele desdisse tudo que está na imprensa sobre a relação dele com o Yousseff e com o André Vargas. Veremos até onde isso vai chegar.”
Nesta quarta-feira (2), às 10h, o Conselho de Ética ouvirá os donos do laboratório Labogen, Leonardo Meireles e Esdras Ferreira.
Com informações da Agência Câmara