O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido), criticou nesta sexta-feira (26) a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em negar a licença ambiental para que a Petrobras possa iniciar prospecção de petróleo na Margem Equatorial Brasileira, situada no litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte.
O parlamentar explicou que é importante entender que não se trata meramente de exploração de petróleo. “Não se trata apenas de explorar petróleo na região, trata-se de pesquisar a existência ou não dele a 540 km da foz do Rio Amazonas, sendo mais exato, a 172 km da costa amapaense. A perfuração seria feita a 80 km de um poço do lado francês, região que já foi perfurado e já foi descoberta a existência de petróleo”.
Randolfe explicou que após a perfuração ser feita, até se ter uma eventual exploração de petróleo na região, seria necessário um período de 2 a 4 anos.
Ao longo da entrevista, o amapaense apresentou razões que, segundo ele, tornam a decisão do Ibama incoerente.
“Acho importante citarmos o cenário de transição energética nesse debate. O próprio Acordo de Paris diz que a transição de matriz energética tem que ocorrer com a matriz antiga, a que está sendo superada, financiando a matriz nova. Nesse caso, a Petrobras faria a transição, mas para isso ela precisa de dinheiro para construir a matriz de energia eólica, de hidrogênio verde ou a que for escolhida. Segundo a própria Petrobras, a matriz atual se esgota em 2030, temos que encontrar fontes de financiamento para essa mudança”.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, elogiou a posição do senador Randolfe Rodrigues. “O senador tem uma posição responsável, com embasamento técnico e argumentos políticos que se conectam com a preocupação com o desenvolvimento do país e a melhora das condições de vida de seu povo”, afirma o socialista.
Ao falar sobre a questão social na região, Randolfe Rodrigues falou que a realidade do povo amapaense precisa ser lembrada. “Represento o Estado mais pobre da federação, onde 540 mil pessoas vivem graças a programas que auxiliam com renda, se não pode haver exploração ali, tem que se debater como o Amapá vai ser recompensado por abrir mão disso. Como então diminuir a pobreza na região?
Assista ao vídeo: