Candidata à Presidência pela Coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva participou neste domingo (14) de uma roda de conversa com um grupo de 50 lideranças indígenas e dos povos tradicionais, de quem recebeu documento com um conjunto de reivindicações. Ao final do encontro, os representantes de todas etnias e de povos espalhados por todas as regiões do país anunciaram o apoio à sua candidatura e a decisão de engajarem-se em sua campanha presidencial.
Marina agradeceu o apoio e comprometeu-se a examinar as reivindicações, estabelecendo o mesmo diálogo que manteve e ainda mantêm com diversos segmentos da sociedade, mas ressaltou que, se for eleita, será a presidente de todos os brasileiros.
“Nós recebemos com atenção e respeito esse documento e as recomendações que vocês fizeram de todos os setores, mas seria leviana e mentirosa se eu dissesse ‘fiquem tranqüilos, 100% do que vocês estão apresentando será aproveitado’. Eu não disse isso para nenhum setor”, disse Marina. “Vocês conhecem a minha luta, a minha vinculação com esse setor, mas como presidente eu estarei vinculada aos interesses de todos os brasileiros”. A presidenciável reafirmou o desejo de fortalecer o Ministério da Justiça e a Funai e a determinação de resolver os conflitos com diálogo e mediação.
Segundo ela, os povos tradicionais merecerão de sua candidatura a mesma atenção e diálogo dedicado aos demais segmentos da sociedade com os quais está debatendo os problemas do país e ouvindo reivindicações setoriais. A candidata do PSB reafirmou seu posicionamento em torno da demarcação das terras indígenas, defendendo que seja mantida a regra estabelecida pela Constituição. “Não se vai cometer arbitrariedades, nem colocar os problemas embaixo do tapete”, avisou, reiterando ser contra a aprovação de proposta que transfere a decisão para o Congresso Nacional.
A Carta Pública apresentada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil elenca 11 reivindicações, entre elas o avanço na demarcação das terras indígenas para a solução de um passivo que alcança 60% de terras que ainda não foram regularizadas; o fortalecimento da fiscalização e proteção das terras indígenas, de modo a garantir a segurança e reduzir a vulnerabilidade dessas populações; formulação e aprovação de um novo estatuto dos povos indígenas e criação e instalação do Conselho Nacional de Política Indigenista; implantação de um subsistema de saúde para garantir o acesso a atendimento nas comunidades.
“Essa é a primeira vez que somos recebidos por um candidato. Nós queremos o diálogo e temos esperança em você”, afirmou Maximiliano Tucã, representante dos povos indígenas dos nove Estados da Amazônia. “Marina representa a confiança, a nossa esperança na política. nossos corações estão com você”, endossou Sandro Tuxá, representante de povos tradicionais do Nordeste do país. Ao final do encontro, Marina teve um momento de descontração e posou para fotos com as lideranças.