Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado (24) em todo o país para defender a democracia, pedir vacinação mais rápida e protestar contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A atuação do presidente e de seu governo na pandemia, que resultou na morte de 550 mil pessoas por Covid, foi o principal mote dos protestos.
No início da tarde havia manifestações em andamento em pelo menos 52 municípios, em 18 estados, sendo 13 capitais. A expectativa dos organizadores é que ainda seriam realizados, neste sábado, protestos em 496 cidades, incluindo outros 17 países.
Os atos deste sábado fazem parte de uma série de manifestações realizadas nos últimos dois meses com organização de sindicatos, movimentos sociais e partidos de oposição. O PSB esteve presente em todos os protestos.
Gritando as frases “Fora, Bolsonaro”, “Vacina no braço” e “Comida no prato”, os manifestantes reivindicam o impeachment do presidente, mais celeridade no plano de vacinação e aumento do valor do auxílio emergencial. Também foi possível acompanhar ao longo do dia apresentações artísticas de grupos de teatro e de percussão.
Em meio a mudanças no governo e a acusações de corrupção envolvendo militares e integrantes do Centrão no Ministério da Saúde, investigados na CPI da Covid, Bolsonaro fez hoje (24) mais um passeio de moto pelo Distrito Federal e, sem máscara, tirou fotos com moradores.
Participação Socialista
Na manifestação do Rio de Janeiro, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, fez uma transmissão ao vivo por suas redes sociais, chamou a população para ir às ruas e fez críticas ao presidente.
“Bolsonaro com suas ações e omissões provocou a morte de mais de meio milhão de pessoas e não pode permanecer no Palácio do Planalto. Quem provocou a morte de tantos brasileiros não pode apenas ser tirado da presidência, tem que ir pra cadeia, tem que responder por cada pessoa querida que perdemos. Todos conhecemos alguém que morreu por causa dessa doença cruel”, protestou.
Molon também afirmou que o “poder militar, não está acima do poder civil”, ao citar as recentes declarações do Ministro da Defesa, general Walter Braga Netto.
“Estamos aqui hoje pelas pessoas que perdemos, e, para dizer, que não será um ministro da Defesa que vai dizer o que é que o Congresso Nacional tem que aprovar ou não, não é o ministro da Defesa que vai dizer se vai ter voto impresso ou não. Quem decide isso é o Congresso Nacional, em nome do povo brasileiro”, bradou o socialista.
O retorno às ruas acontece após novas denúncias de corrupção na compra de vacinas pelo governo federal e a recente nomeação do senador Ciro Nogueira, líder do Centrão, para a Casa Civil.
Bolsonaro trabalha para amarrar um bloco de apoio de partidos a seu governo e diminuir a chance de um eventual processo de impeachment contra ele ser aprovado no Congresso.