
Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), definiu como “Capitólio brasileiro” o episódio de invasão e depredação das sedes dos três Poderes na tarde deste domingo (8) por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na capital do país.
“Deus abençoou ontem o Brasil, porque não houve nenhum morto, apesar da irresponsabilidade criminosa de quem instigou, financiou e praticou”, disse. “Não houve óbitos e há mais presos aqui do que lá (comparando com o ataque ao Capitólio, em janeiro de 2019, nos Estados Unidos), com muita velocidade, o que mostra que as instituições sobreviveram”.
Em um balanço apresentado à imprensa na tarde desta segunda-feira (9), ele afirmou que já foram presas 209 pessoas e detidas cerca de 1.500 no acampamento bolsonarista montado em frente ao QG do Exército em Brasília e que todas serão ouvidas pela Polícia Federal até esta terça-feira (10). Segundo Dino, após as oitivas, caberá ao Poder Judiciário decidir sobre as eventuais prisões.
O ministro também informou que os financiadores dos atos golpistas estão presentes em 10 Estados brasileiros e que o ministério já recebeu 13 mil denúncias sobre possíveis envolvidos nos atos golpistas. As informações foram enviadas pelo e-mail [email protected], aberto pelo ministério para que a sociedade civil possa colaborar com elementos que ajudem na responsabilização pelos ataques.
“Já recebemos 13 mil e-mails, há uma equipe fazendo triagem (dos e-mails), para que a responsabilidade final vá além daqueles que tiveram presencialmente na Esplanada (dos Ministérios), para que cheguemos aos financiadores, organizadores”, afirmou.
Dino apontou a responsabilidade do discurso do ex-presidente Bolsonaro nos atos de violência realizados ontem. “Durante esses anos todos o ex-presidente Bolsonaro e todos os que o seguem dirigiram frequentes ataques ao Supremo. O presidente da República exerce poderes materiais e simbólicos, entre os quais a força da palavra”, afirmou.
A respeito da reunião entre os chefes dos três Poderes realizada na manhã desta segunda-feira (9), o ministro disse que foi um momento de solidariedade uma vez que “os três foram atacados” e que houve “reconhecimento geral de que a lei deve ser fielmente cumprida”.
Segundo ele, a reunião ocorreu em um ambiente “de muita indignação, inclusive porque vimos manifestação de ódio contra instituições que foram tão duramente atacadas nos últimos anos” e ressaltou que tal ódio começou nas redes sociais e foi materializado nos atos de vandalismo ocorridos ontem. “Há pessoas, líderes políticos, responsáveis pelo discurso de ódio e pela destruição que nós vimos ontem na sede dos três Poderes visando golpe de Estado.”
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações do Estadão