O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) apresentou, nesta terça-feira (6), requerimento de convocação do ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez para explicar suas declarações “assustadoras e desastrosas” em entrevista à revista Veja.
O parlamentar conseguiu 176 assinaturas, mais do que as 171 necessárias para protocolar o pedido, que poderá ser votado na próxima semana na Casa.
Na edição desta semana da revista, Rodríguez afirmou que o brasileiro quando viaja para outros países é um “canibal”. “Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”, disse.
Para Molon, é inaceitável que o ministro, nascido na Colômbia e naturalizado brasileiro, use o cargo para desferir um ataque tão violento contra a honra de todas e todos os brasileiros. “É inacreditável a quantidade de bobagens que o ministro da Educação vem falando publicamente. Ele não tem o direito de fazer isso e quero que ele venha aqui na Câmara dos Deputados pedir desculpas públicas ao povo brasileiro, a quem ele chamou de ladrão e atacou de forma tão agressiva”, convoca o socialista.
Ainda na entrevista, o ministro defendeu a inclusão da disciplina Educação Moral e Cívica no currículo do ensino fundamental e também na universidade, para que os estudantes “aprendam o que é ser brasileiro e quais são os heróis do país”. Segundo Rodríguez, este aprendizado nas escolas é uma forma de ensinar aos adolescentes que “existem contextos sociais diferentes e que as leis dos outros (países) devem ser respeitadas”.
Rodríguez declarou ainda que a universidade não é para todos. “Ela representa uma elite intelectual, para a qual nem todo mundo está preparado ou para a qual nem todo mundo tem disposição ou capacidade”, apontou, além de elogiar o projeto do Escola sem Partido e criticar o que chamou de ideologização precoce de crianças nas escolas.
Molon destaca que aproveitará a ocasião no plenário para solicitar explicações sobre os “absurdos” ditos pelo ministro. “Infelizmente, percebe-se que é alguém que não está a altura do cargo, que não tem a menor condição de estar aonde está e que, portanto, nós exigimos um comportamento minimamente compatível com a dignidade do cargo”, defendeu.
“Ou ele se comporta de acordo com a dignidade, importância, relevância e seriedade que o cargo de ministro da Educação exige, ou ele pede demissão, ou é demitido. Porque é inadmissível que isso continue”, finalizou o deputado do PSB.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional