 Na abertura da Conferência Nacional da “Autorreforma”, economista apontou uma série de equívocos das políticas adotadas pelo atual governo
Na abertura da Conferência Nacional da “Autorreforma”, economista apontou uma série de equívocos das políticas adotadas pelo atual governo
O Brasil precisa de uma estratégia que combine a mobilidade social da população e uma agenda ambiental para gerar crescimento econômico e empregos de qualidade. Para a economista Mônica de Bolle, essa é a fórmula para se retomar as expectativas positivas dos brasileiros, evitando assim os riscos de tensões sociais e políticas, como ocorrem atualmente na América Latina (Chile, Bolívia, Colômbia).
“O governo atual tem uma percepção muito antiquada do que o crescimento pode proporcionar. Há total descuido com a agenda ambiental e mudanças climáticas”, disse a economista brasileira, que mora hoje nos Estados Unidos e falou em um vídeo para os participantes da abertura da conferência magna da “Autorreforma”.
A sessão de abertura apresentou visões de renomados especialistas sobre o tema da desigualdade no Brasil – o economista Eduardo Moreira, o jurista Daniel Sarmento e o psicanalista Jurandir Freire Costa. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) organizou o evento no Rio de Janeiro, entre os dias 28 e 30 de novembro, para abrir as discussões do documento-base da “Autorreforma”.
Para Mônica de Bolle, a raiz das crises no Brasil e na América Latina está relacionada às baixas expectativas de mobilidade social. Os sintomas do problema, diz ela, podem ser vistos nas pessoas de menor renda que não conseguem mais subir para a classe média, no aumento da pobreza e no crescimento dos empregos informais que provocam alta insegurança na população.
“Uma agenda ambiental para o país tem potencial para gerar empregos com maior estabilidade, segurança econômica, direcionando as expectativas para mobilidade social e crescimento econômico maiores”, afirma a economista. “Mas o que não existe hoje no Brasil é justamente essa agenda de políticas públicas.”
A especialista apontou as vantagens da economia brasileira para a nova agenda de desenvolvimento – expressa, por exemplo, na proposta de uma Amazônia 4.0 da “Autorreforma” do PSB. Segundo ela, o país conta com recursos naturais abundantes, biodiversidade e técnicas modernas de agricultura sustentável e reflorestamento. Tais condições são essenciais para o novo modelo econômico a ser formulado.
“A Amazônia é um ativo que temos e não podemos perder. Não podemos abandoná-la de forma alguma”, ressaltou Mônica de Bolle. “O crescimento com descuido ambiental é maléfico. O governo Bolsonaro está pensando em desenvolver a região de maneira equivocada, de uma forma que vai criar mais problemas ainda para o país e o mundo.”






