Faleceu na última quinta-feira, 23 de agosto, o publicitário, jornalista, poeta, revolucionário e músico Rafton Nascimento Leão. Carinhosamente conhecido como Goiano ou Gordo, ele era dirigente estadual do PSB do Rio de Janeiro e faleceu de câncer, aos 66 anos.
Ex-militante do grupo revolucionário Colina, nos anos 60, Rafton Leão foi companheiro da hoje Presidente da República Dilma Roussef na organização. Ainda durante o regime militar, precisou asilar-se primeiro no Chile, depois na Suécia e finalmente em Moçambique.
O corpo será cremado. O velório reuniu cerca de 100 amigos e admiradores de Rafton Leão, entre eles o ex-ministro do Meio Ambiente e secretário estadual da pasta, Carlos Minc, o vice-prefeito do Rio, Carlos Alberto Muniz, o senador João Capiberibe (PSB-AP) e o diretor nacional e secretário-geral do PSB no Rio de Janeiro, Jaime Cardoso. As jornalistas Helena Celestino, Cristina Chacel e Flávia Cavalcanti também foram prestar suas últimas homenagens ao colega, bem como a chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha.
“Rafton Nascimento Leão – o Goiano, o Gordo, era um ser humano ímpar e uma das pessoas mais leais que já conheci”, afirmou Jaime Cardoso. “Generoso, odiava injustiças e era capaz de se insurgir ‘às cabeçadas’ para enfrentar os adversários”. Qualidades que foram endossadas por todos os presentes, das mais diferentes áreas de atuação e tendências políticas.
A jornalista Helena Celestino acentuou que Rafton era um homem de coragem. “Ele enfrentava os obstáculos de peito aberto, sem medo de se machucar, mas sempre respeitoso com os outros”, lembrou. “De fato, sua valentia era conhecida. Quando o sangue esquentava, era capaz tal e qual Dom Quixote de enfrentar moinhos”, reforçou o professor Juarez Ferraz de Maia, amigo de longa data. Flávia Cavalcanti, também jornalista e amiga de muitos anos, corroborou: “Rafton foi um homem apaixonado. Apaixonado pela vida e por suas posições, mesmo as mais difíceis. Tudo o que viveu foi com intensidade”.
Já Regina Leitão da Cunha, esposa de Rafton, revelou que sempre lhe chamou a atenção a extrema afetividade do companheiro. “Ele sempre amava. Toda a sua vida era carregada de afeto. Comigo, com os filhos, com os amigos, com o trabalho, com o partido, o PSB”, testemunhou.
O Secretário de Organização do PSB-RJ, Moisés Silva, discursou no velório para homenagear o companheiro e lembrou especialmente das discussões acaloradas com Rafton Leão. “Quando ele acreditava numa coisa, era difícil convencê-lo de que poderia não estar certo. Foi um grande militante partidário”, encerrou. “Perdemos um grande amigo, um amigo de sempre”, resumiu a jornalista Cristina Chacel.