O assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, na noite de quarta-feira (14), na capital do Rio de Janeiro, provocou manifestações de pesar e indignação do PSB e de suas principais lideranças.
Em nota publicada nesta quinta-feira (15), o partido destacou a “incansável” luta de Marielle na defesa aos direitos humanos, seu trabalho junto a comunidades vítimas de exclusão e “coragem” em denunciar as violações e arbitrariedades cometidas contra essa população.
“A sua vida, infelizmente, não pode ser resgatada, mas deve e merece encontrar, por parte de todos nós, que somos solidários com sua luta, um sentido político maior. Cabe-nos tomar de suas mãos as bandeiras que a violência tentou colocar por terra, e erguer nossos pensamentos, vozes e ações em busca de justiça e paz “, diz trecho da nota assinada pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.
Em sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem a Marielle, o líder do PSB Julio Delgado (MG) destacou o exemplo da vereadora na luta contra a violência praticada contra negros e pobres moradores de favelas.
O socialista exigiu resposta “rápida” das autoridades e criticou a intervenção federal no Rio de Janeiro.
“A quem interessa essa execução? Por que a escolhida foi Marielle? Vamos ficar de plantão até que a apuração desse caso aconteça o mais rapidamente possível. A resposta tem que vir”, afirmou.
“Suspeição do motivo da intervenção todos já têm. No mínimo faltou planejamento, foi feita atabalhoadamente, feita em cima do momento, porque o governo não tinha o que fazer”, criticou Delgado.
Em nota, a líder socialista no Senado Lídice da Mata (BA) demonstrou indignação e disse estar acompanhando as investigações.
A senadora destacou que a morte de Marielle e de Anderson reforçam as estatísticas e as conclusões a que chegou a CPI sobre assassinatos de jovens no Brasil, presidida por ela no ano passado: as maiores vítimas de violência no país são jovens, negros e moradoras da periferia.
O deputado federal Alessandro Molon e o deputado estadual Carlos Minc, ambos do Rio de Janeiro, estiveram presentes à manifestação que ocorreu na Cinelândia em homenagem à vereadora.
Molon disse que o assassinato de Marielle vai gerar uma “pressão total” sobre as autoridades responsáveis pela intervenção federal na área de segurança pública no Estado.
“Não há outro desdobramento possível que a apuração rigorosa do crime e o encontro dos culpados. Porque se isso não ocorrer ninguém mais vai poder falar de segurança pública no Rio de Janeiro”, disse o deputado.
“Uma execução com essas características, onde foi, do jeito que foi, se não for solucionada, vai desmoralizar qualquer fala sobre segurança pública”, reforçou Molon.
Para o ex-ministro Carlos Minc, o crime tem “digital da polícia”. “Foi uma execução clara. Tem digital da polícia. Tem características parecidas com a execução da (juíza) Patricia Acioli. Tem que ser apurado. Sabiam onde ela tava sentada. Era à noite. E os vidros eram escuros. Não era coisa de amador”, declarou.
“Isso não tem a ver com violência urbana. É violência política. Será que vão começar a executar políticos? Eu temo pelo pior. Isso é uma coisa inusitada. Levou o terror a outro patamar”, disse Minc.
Por meio de notas, os segmentos sociais do PSB manifestaram preocupação e protestaram contra os assassinatos de Marielle e Anderson.
A Negritude Socialista Brasileira (NSB) alertou para as “recorrentes violações contra a população negra e da periferia”, e exigiu transparência nas investigações.
“Os tiros que atingiram Marielle também foram direcionados ao Estado Democrático de Direito”. “A luta política e social decente, honesta e compromissada com o povo não pode ser atestado de morte nas mãos de agentes policiais e políticos corruptos”, diz a nota.
O Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB) disse que “se junta aos gritos de todos os lutadores por justiça”. “Por milhares e milhares de Marielle Franco e Anderson Gomes, por esse mundo a fora, que foram assassinados, que tocam a todos nós, todos os dias, todas as horas, por lutarmos pelos direitos humanos e pelos excluídos, não nos calarão”.
A Secretaria Nacional de Mulheres (SNM) destacou que o país vive um de seus piores momentos no campo econômico, político e social e conclamou a sociedade a se unir em uma grande corrente para combater as mais diversas formas de violência, principalmente contra as mulheres.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional