O Indicador de Clima Econômico (ICE) do Brasil melhorou pelo quarto trimestre consecutivo saltando de 82 para 90 pontos, segundo sondagem elaborada pelo Instituto alemão IFO, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), no período de julho a outubro deste ano. Essa melhora se deve à alta no Índice de Expectativas (IE), que subiu de 144 para 160 pontos. Já o Indicador da Situação Atual (ISA) permaneceu estável no país, no patamar mais baixo da avaliação da sondagem (20 pontos).
Na América Latina, o ICE recuou de 79 para 74 pontos entre julho e outubro de 2016, interrompendo a trajetória de alta iniciada em janeiro deste ano. Essa baixa foi determinada pela piora do indicador do México. A ponderação para se chegar aos resultados regionais da pesquisa é determinada pela corrente de comércio (exportações e importações). Por esse critério, o México possui o maior peso na América Latina (45% do total) e a queda expressiva do seu ICE, de 74 para 57 pontos, foi o principal fator influenciador na queda do indicador da região. O Brasil corresponde a 21% da corrente de comércio da América Latina e outros países (Bolívia, Colômbia e Paraguai) somam apenas 7%.
Além do Brasil, o ICE melhorou na Argentina, Chile, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela em outubro. Os ISA melhoraram em quatro países (Argentina, Equador, Peru e Uruguai); pioraram em outros quatro (Bolívia, Chile, Colômbia e México); e permaneceu estável no Brasil, Paraguai e Venezuela. As expectativas melhoraram em seis países e são favoráveis na Argentina (166 pontos), Brasil (160 pontos), Peru (150 pontos), Paraguai (114 pontos) e Uruguai (110 pontos).
O clima econômico mundial subiu de 98 para 108 pontos, enquanto o índice de situação atual ficou estável em 92 pontos. Os resultados dos países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos, o bloco da União Europeia e o Japão, foram os responsáveis pela melhora no ICE mundial e estão com clima econômico favorável. No Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a maioria dos países registrou melhora do clima econômico, mas permanecem na zona de avaliação desfavorável. A Índia é a exceção, pois está na zona favorável (131 pontos) mesmo registrando pequena queda do ICE. Dessa forma, a sondagem aponta uma recuperação lenta da economia mundial, liderada pelos países desenvolvidos.
Corrupção
A sondagem de outubro incluiu a enquete sobre os principais problemas que os países enfrentam para crescer e introduziu o item Corrupção, junto a temas como inflação, dívida externa, falta de mão de obra qualificada, falta de confiança na política econômica, desemprego, falta de capital, déficit público, barreiras às exportações, demanda insuficiente e falta de competitividade internacional.
A corrupção, no caso do Brasil, foi o principal problema apontado (8,4 numa escala máxima de 9 pontos), seguida pelo déficit público (7,8 pontos) e o desemprego (7,7 pontos). Em 11 países da América Latina, a corrupção também é o principal problema apontado.
Sondagem Econômica
A Sondagem Econômica da América Latina é uma pesquisa trimestral que serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas. Realizada com base em informações prestadas por especialistas econômicos, a pesquisa é aplicada com a mesma metodologia, simultaneamente, em todos os países da região, método que permite a construção de um ágil e abrangente retrato da situação econômica de países e blocos econômicos. A pesquisa gera informações de natureza tanto qualitativa quanto quantitativa. O Índice de Clima Econômico (ICE) é o indicador síntese, composto pelos Índices da Situação Atual (ISA) e de Expectativas (IE), ambos de natureza qualitativa, referentes às questões da pesquisa que tratam da situação econômica geral do país no momento e nos seis meses seguintes.
Com informações do Valor Econômico