O prefeito João Henrique Caldas (PSB) e sua equipe viajaram no início do mês a Medellín, na Colômbia, para conhecer o modelo que transformou a cidade, antes mais violenta do mundo, em exemplo de combate ao crime e implementação de políticas de inovação.
Durante a visita técnica, o prefeito e sua equipe conheceram o processo de ressocialização, ambientação e urbanização social nas favelas de Medellín.
Entre as experiências implantadas por lá, está um teleférico que liga o metrô passando pelas favelas Andalucía, Popular e Santo Domingo. Modelo semelhante foi implantado no Complexo do Alemão, no Rio.
Há ainda incentivos, como descontos em cinemas, academia de ginástica, bilhetes de metrô a quem recicla lixo, coletado em postos espalhados pela cidade.
“Foi muito importante pra gente desmistificar alguns pontos, tratar do urbanismo social, da convivência urbana, saber que os investimentos têm que tá onde se mais precisa. É o melhor para os mais pobres, é isso que eles fazem lá. Nós vamos distribuir melhor os orçamentos da nossa cidade, os investimentos vão chegar onde se mais precisa”, disse JHC.
A Prefeitura de Maceió firmou uma parceria com a ONG Gerando falcões, em junho deste ano. Em Maceió, a instituição irá investir mais de R$ 1 milhão por meio do programa Favela 3D. Projeto inspirado em Medellín, a Favela 3 D levará a Vergel, comunidade de extrema vulnerabilidade social, intervenções urbana, educacional, social, de segurança pública e de desenvolvimento econômico. A parceria da Prefeitura com a Gerando Falcões vai beneficiar mais de 1,7 mil famílias do Vergel do Lago.
“Tem muita coisa parecida com nossa Maceió, as próprias encostas são como as grotas. A história de Medellín só mostra que podemos ter uma capital repaginada e mais igualitária”, disse o prefeito em uma publicação no twitter.
O projeto da Favela 3D vai ser uma porta de entrada para a emancipação social de várias famílias que vivem em situação de extrema pobreza no Vergel do Lago. Serão investidas tecnologias sociais das mais avançadas para trazer desenvolvimento para os moradores e, com isso, Maceió se tornará exemplo para o Brasil no combate à desigualdade.
Medellín é a segunda maior cidade da Colômbia e tem 2,5 milhões de habitantes. Lá, o narcotraficante Pablo Escobar implantou o cartel que levou o nome da cidade, controlando 80% do mercado mundial de cocaína. O cartel de Medellín chegou a movimentar 30 bilhões de dólares, por ano. Escobar foi morto em 1993, em uma ação policial para capturá-lo.
“Foi um case muito importante. A gente viu que uma cidade que era dominada pelo narcotráfico, muito pobre e muito violenta conseguiu vencer através da educação, da cultura e de investimentos públicos onde se mais precisa. Foi uma experiência muito positiva e que agora a gente implementa essa cultura dentro da nossa gestão”, completou JHC.