O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, avalia que o cenário de grave crise econômica, política e social, e de ameaça a direitos essenciais para a maior parte da população, exige uma atitude de “resistência” dos partidos de centro-esquerda.
Em entrevista especial à agência de notícias Reuters, Siqueira também defendeu uma refundação da esquerda como “necessidade absoluta” no momento atual. “Devemos resistir. O momento hoje é de resistência, tal é o grau de fragilidade das forças de centro-esquerda”.
Siqueira criticou as reformas trabalhista e da previdência, propostas pelo governo do presidente Michel Temer. Em abril, a Executiva Nacional do partido fechou questão contra as duas reformas, por considerar que prejudicam, sobretudo, os mais pobres.
À Reuters, o presidente do PSB, que completa 70 anos de fundação, disse que o cenário político exige cautela e que 2018 é “uma grande interrogação”. “O partido tem uma visão e eu, particularmente também, que 2018 é preciso ter muita cautela porque o mundo político brasileiro passa por um vendaval monumental e nós não temos absolutamente nenhuma segurança de quem se porá em pé até julho de 2018, quando será a escolha dos candidatos”, avaliou Carlos Siqueira.
“Portanto, o que está acontecendo não tem um prazo para se resolver. A crise é profunda e não é de um partido ou de outro. A crise é sistêmica, do sistema político, eleitoral e partidário, provocada por uma sucessão de escândalos”.
Há 27 anos no partido, o socialista não descarta uma candidatura própria à Presidência da República e disse que mantém conversas com diversos setores da política brasileira. Mas ponderou que qualquer decisão no momento seria precipitada. “Não se sente segurança em ninguém com relação a 2018, 2018 é uma grande interrogação hoje”, avaliou.
No âmbito regional, afirmou Siqueira, o PSB trabalhará para ter candidaturas próprias em dois dos maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, com o atual vice-governador Márcio França, e Minas Gerais, com o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda.
“Nós temos buscado isso porque o nosso entendimento é que é muito difícil um projeto nacional sem São Paulo e Minas”, explicou.
O presidente do PSB avaliou ainda que é necessária uma reforma política “ampla e profunda”, mas que não há clima no Congresso Nacional neste momento. Siqueira identificou, em reuniões que tem participado sobre esse assunto, um crescente movimento, no Legislativo, a favor do “distritão”, modelo em que os deputados seriam eleitos apenas de acordo com a quantidade de votos recebidos, no sistema majoritário, além de que há um acordo entre parlamentares para aprovar a cláusula de barreira para partidos políticos e o fim das coligações.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Reuters