A aliança PSB/Rede sustentabilidade e demais partidos que a compõe realizou nesta quinta-feira (05), em São Paulo, sua terceira oficina de trabalho, tendo como objeto de debate o meio ambiente. As duas oficinas que antecederam a atual discutiram política econômica e energia. Os palestrantes apresentaram a questão ambiental aos presentes sob diferentes ângulos, estimulando o debate: participaram o economista André Lara Resende (conceito de crescimento econômico), Ricardo Abramovay (revolução digital e sustentabilidade), João Paulo Capobianco (desafios da gestão ambiental), Raquel Birdman (mudanças climáticas), Anivaldo Miranda (água), Zeca Brandão (cidades e meio ambiente), Maria Augusta Ferreira (meio ambiente e gestão pública) e Sérgio Xavier (gestão pública integrada e em 3D). “Sendo hoje o dia Internacional do Meio Ambiente, nós tínhamos várias alternativas de agenda mas, decidimos eu e Marina, fazer neste dia um encontro com várias pessoas do Brasil inteiro, que dedicaram suas vidas a essa causa, a estudar diversos aspectos que tem tudo a ver com a política de meio ambiente, e vamos passar o dia aqui com eles ouvindo, aprendendo, questionando, desenvolvendo linhas de trabalho para a consolidação do nosso programa de governo”, disse Eduardo Campos.
Na ocasião, o representante do Greenpeace, Sérgio Leitão, entregou ao pré-candidato Eduardo Campos e sua vice, Marina Silva, um documento com metas que considera obrigatórias a serem perseguidas no próximo governo, entre estas, objetivos de eficiência energética veicular, visando a economia de recursos e proteção ambiental. "O desenvolvimento ambiental está no centro de nosso esforço programático, de nossa visão de governo", disse Eduardo. O encontro reuniu especialistas de diferentes partes do Brasil. A sustentabilidade é um valor central no novo ciclo de desenvolvimento que o Pais irá viver sob o comando do governo do socialista e da ambientalista. “Foi a maneira que encontramos de prestar uma homenagem a tantos que no planeta lutam por um outro padrão de desenvolvimento e a tantos que têm nos ajudado nessa caminhada. Vocês são muito bem vindos aqui”, frisou o presidenciável.
No encerramento do encontro, Eduardo e Marina conversaram com jornalistas e comentaram diversos temas associados ao tema do meio ambiente. “O grade desafio da agenda da sustentabilidade é a continuidade, de não ser a agenda de um partido, de um governo, mas a agenda do Estado, a agenda do país”, disse Marina. Segundo ela, o interesse de seu companheiro de chapa pelo assuno é anterior à aproximação dos dois, já desde sua segunda gestão em Pernambuco. “A escolha que fizemos hoje, de discutir a gestão ambiental na administração pública; a gestão ambiental, a sustentabilidade no espaço urbano; de pensar o crescimento com sustentabilidade, resolvendo os problemas do emprego, da infraestrutura, da geração de renda e, ao mesmo tempo, proteger os ativos ambientais, é uma escolha coerente com esse movimento, essa inflexão que aconteceu bem antes da possibilidade desse encontro. A inflexão que Eduardo fez não tinha no horizonte que nós íamos nos encontrar. Portanto, foi um movimento dele próprio, do olhar que ele tem para a questão”, comentou.
Leia os trechos mais mportantes:
AMBIENTALISMO NO BRASIL– “Fazemos agora esse encontro, mostrando que é possível deixar uma grande contribuiçao. O PSDB deixou a contribuição da estabilidade econômica. O PT deixou a contribuição da inclusão social e nós queremos deixar a grande contribuição do desenvolvimento com sustentabilidade econômica, social, ambiental, cultural. Nós acreditamos que o grande desafio desse século, e está todo mundo correndo atrás dele, a China, a Índia, os Estados Unidos. O Obama agora, assumindo metas de redução, o que era inimaginável para a realidade dos Estados Unidos. Nós estamos assumindo o compromisso. Não é uma visita simbólica, para tirar uma foto. É um compromisso que está sendo assumido com a agenda do desenvolvimento sustentável. Não é mágica, isso não acontece da noite para o dia, os resultados vêm com 10, 15, 20, 30, 40 anos; mas nós queremos fazer, queremos iniciar. Nós ainda não somos a a mudança, mas queremos ser pelo menos a transição”, disse Marina Silva.
SOBRE MULTA AO PORTO DE SUAPE– “A agência estadual multar uma empresa pública é sinal de que tem um governo comprometido com regras. Estranho seria se não acontecesse. O porto tinha 30 anos de passivo ambiental que foram corrigidos no nosso governo. Nós temos experiencia de um dialogo com comunidades de pescadores que não existe em outros grandes projetos no Brasil, com a construção de vilas apropriadas, qualificação, toda uma política de resgate de mangue, de área de restinga. A maior reserva de mata atlântica, que temos ali na área contígua ao porto, onde investimos recursos do Tesouro para a reserva de Bita e Utinga, que é uma reserva que terá um papel estratégico para aquelas comunidades ribeirirnhas, sempre com muito dialogo com essas comunidades”, disse Eduardo Campos.
TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO– “Sendo um projeto que toca a vários Estados, passou pela avaliação dos órgãos federais e nós acompanhamos sua execução. Há um reconhecimento de todo o movimento ambientalista de Pernambuco de quanto o nosso primeiro governo avançou e nosso segundo governo avançou mais ainda. Mesmo depois de ganhar no primeiro turno, com 83% dos votos, fomos buscar um programa, as críticas, para aperfeiçoar; o que mostra maturidade. A gente reconhecer o que avançou e reconhecer onde podia avançar mais e foi o que fizemos, com grande reconhecimento da sociedade sobre esse tema. Agora, nós queremos trazer essa experiência, uma experiência super válida, para esse debate que estamos fazendo. Esse debate vai precisar de uma nova visão da máquina pública no governo federal, estadual e municipais. Ou seja, o pacto federativo terá de levar em consideração o desafio da sustentabilidade não como um apêndice, mas como um valor central no novo ciclo de desenvolvimento que o Brasil precisa viver”, explicou o presidenciável.