O governador de Pernambuco e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, participou nesta sexta-feira (14), em Brasília, da abertura da reunião do Diretório Nacional do Partido Popular Socialista (PPS), convocando os militantes da sigla para a formação de uma aliança que “reascenda a fé e a esperança do brasileiro”. Eduardo Campos fez novo chamamento por um “realinhamento do campo político que participou das conquistas dos brasileiros” e voltou a questionar o modelo econômico vigente que, na visão dessa Aliança, “coloca as conquistas de ontem em risco”.
Campos foi recebido pelo presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), que o convidou para abrir o debate do Diretório Nacional. O deputado afirmou que Eduardo Campos tem todas condições para encerrar o ciclo das sucessivas “ gestões desastrosas” vivido pelo país nos últimos anos. Para ele o grande desafio de Campos é afirmar no país seu programa de governo sem se deixar levar pelos interesses eleitoreiros.
Eduardo também respondeu a questionamentos de membros do partido e deixou o encontro certo de que a Aliança PSB-REDE-PPS está em “sintonia”. “Caminhei, desde a minha adolescência, na militância política, ao lado de quadros políticos que estão fazendo o PPS, ao longo de todos esses anos. Temos certeza de que, esse realinhamento que vivemos hoje é um realinhamento importante para uma nova etapa da política brasileira. Vamos fazer política como nós sabemos fazer, com muita tranquilidade, com muita firmeza, com muita clareza do processo histórico que nos trouxe até aqui e, sobretudo, com um grande compromisso: de reascender a fé dos brasileiros no Brasil, de rescender a esperança do povo brasileiro de que amanhã será melhor do que hoje, com nosso trabalho e com nossa militância”, declarou o governador.
“Nós [do PSB], o PPS e a REDE estamos vivendo um momento muito importante de realinhamento de um campo político que tem uma grande responsabilidade com as conquistas recentes que a sociedade brasileira produziu”, afirmou Campos.
Para o governador socialista, o país viveu três ciclos importantes, nos últimos 30 anos, e ele credita essa evolução à capacidade de reação da sociedade, como um todo. “Podemos fazer a transição da Ditadura para a construção democrática brasileira; na sequência, conseguimos fazer todo um processo de uma transição econômica no Brasil, importante para refundar a economia; e, depois, fizemos uso dessa democracia e da estabilidade econômica, para viver um tempo de expansão e de conquistas sociais do nosso povo”, detalhou o governador.
Novo ciclo político
“Em todos esses [momentos], nosso campo político esteve presente, dando sequência a uma caminhada que sempre foi da história dos comunistas, dos socialistas, dos trabalhistas, daqueles que tiveram preocupação com as conquistas de nosso povo”, continuou, ao associar o momento de convergência dessas forças políticas. “Em alguns desses momentos, podemos ter vivido a experiência de termos estado mais próximos ou um pouco mais distantes, mas sempre estivemos alinhados com os valores da nossa formação política, da nossa formação histórica. E esses valores, hoje, são estratégicos para se inaugurar um novo ciclo político no país”, declarou o governador.
Para Eduardo Campos, “a sensação que passa à sociedade brasileira é que nós paramos e que o Brasil interrompeu um ciclo em que as pessoas percebiam que – com idas e vindas, acertos e erros – estávamos acumulando conquistas em setores importantes da nossa sociedade”, avaliou ele. “Nesse momento em que o país inaugura o quarto ano da gestão que está aí, nós percebemos que nada se altera do que vivemos desde 2011, e que estamos colocando em risco as conquistas que produzimos nos últimos 30 anos. Em vez de estarmos acumulando conquistas na vida do povo brasileiro, estamos colocando as conquistas de ontem em risco”, sintetizou Eduardo.
Energia canalizada para transformação
O governador reafirmou seu pedido de unidade, união de forças das militâncias: “Nós temos uma pauta intensa para darmos conta e precisamos ter a capacidade de aglutinar, em torno desse pensamento, uma energia que está a disposição das mudanças, no Brasil. Essa energia difusa que tem sido demonstrada nas redes sociais, que ficaram claras nas manifestações do ano passado, precisa ser canalizada para um projeto nacional de transformação e de mudança, que começa pela mudança na política brasileira”, convocou ele.
“Toda vez que a gente conseguiu construir unidade em torno da pauta que representava a sociedade, nos últimos anos, o Brasil caminhou na direção da sua transformação. Foi assim para construir a democracia, foi assim para dar sustentação ao governo do Itamar Franco, que o Roberto Freire foi líder na Câmara, naquela transição econômica que o Brasil viveu. Foi assim em muitos momentos”, continuou o governador.
“Precisamos de um caminho que aponte ideias e a perspectiva do povo está no centro de nosso debate. A nova política – que tantos falam -, eu entendo que já foi feita em muitos momentos da história. Significa para nós o momento em que os políticos se reúnem em torno da pauta do povo. Quando os políticos se reúnem em torno da pauta dos políticos mesmos e dos partidos, essa é a velha política”, descreveu Eduardo Campos.