Em seu discurso no VI Simpósio Amazônia: Desenvolvimento Regional Sustentável das Regiões Norte e Nordeste, nesta terça-feira (6), a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) reiterou a necessidade de o Brasil migrar para energias eólica e solar, e solicitou o apoio dos participantes do Simpósio para estimular o desenvolvimento do transporte fluvial no país.
O Simpósio Amazônia vem sendo realizado desde 2007 pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, com o objetivo de colocar os temas tratados pela comissão na pauta nacional.
A deputada coordenou a segunda Mesa do evento, que teve como tema Desenvolvimento com sustentabilidade: energia e transporte. “Entendo que esta Mesa contribuirá significativamente para o debate de políticas públicas na Amazônia, de modo sustentável, que possam servir de modelo para o restante do país e do mundo”, disse a deputada.
Capiberibe lembrou que, na Amazônia, está prevista a construção de 15 novas hidrelétricas, e salientou os impactos sociais e ambientais das usinas, que, para ela, não podem ser consideradas fonte de energia limpa. “O planeta Terra recebe em uma hora a incidência solar suficiente para gerar toda a energia consumida pela humanidade em um ano! O Brasil precisa migrar, com mais rapidez, para outras formas de energias limpas, como a eólica e a solar”, avisou.
Outro ponto de destaque no discurso da socialista, que preside a Frente Parlamentar Mista pelo Desenvolvimento da Navegação Fluvial na Amazônia, foi a necessidade de captar recursos para o transporte hidroviário no Norte do país.
A deputada afirmou que o poder público conhece o quanto é imprescindível o transporte fluvial na Amazônia para o transporte de cargas e passageiros, “mas ainda são poucos os investimentos para torná-lo melhor”. Por isso, ela pediu o apoio dos participantes do Simpósio em seu projeto de obter uma linha de crédito para a renovação da frota com 10% dos recursos do Fundo da Marinha Mercante e subsídio do Tesouro Nacional e, assim, atender os pequenos e médios estaleiros artesanais da Amazônia.
Além do financiamento, Capiberibe entende como fundamental a implantação de cursos técnicos de carpintaria e construção naval e navegação fluvial nos currículos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia ou motivar a instalação de Escolas Técnicas Navais, Centros Vocacionais e Estaleiros-Escola. “O investimento em tecnologia e capacitação nesta modalidade de transporte, na Amazônia e em todo o restante do país, contribuirá, ainda, para a redução da emissão de gás carbônico”.
O evento contou com a participação da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Sistema CNC/Sesc/Senac. Ao final do encontro a Comissão pretendia enviar uma carta à presidente Dilma Rousseff com sugestões para o desenvolvimento sustentável das regiões Norte e Nordeste.