O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), assinaram um protocolo de intenções para a criação do Memorial da Democracia, no casarão histórico localizado dentro do Sítio Trindade, na Zona Norte da capital pernambucana.
O acordo foi feito nesta quinta-feira (24) e marca o início das atividades do ano da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, instituído pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Todo acervo de fotos, vídeos, documentos e o relatório reunido pela comissão e informações sobre as lutas libertárias ocorridas no Estado durante a ditadura ficarão abrigados no Memorial da Democracia.
“O objetivo é que o memorial se transforme em um espaço de visitação, pesquisa e reflexão, que promova ações relacionadas à educação. Que contribua para o exercício da cidadania, a valorização dos direitos humanos e o fortalecimento contínuo da democracia”, afirmou Câmara.
“Todos os símbolos que enaltecem a democracia, a liberdade de expressão, a livre manifestação do pensamento, o direito de ir e vir, são dignos de nosso respeito e admiração. E acima de tudo, devem ser protegidos e preservados. [Esse será] Mais um local de preservação do nosso patrimônio, que terá relevante função de homenagear a história e a bravura de todos aqueles que lutaram, e ainda lutam, contra o autoritarismo dos governos ditatoriais que de vez em quando teimam em ressurgir”, completou.
João Campos destacou que a instalação do Memorial da Democracia é “um dever cívico, uma obrigação”. “Colocar no coração do Recife, no Arraial do Bom Jesus, no Sítio Trindade, um memorial permanente da democracia faz a diferença para que todos as gerações que passam por aqui, possam conhecer a nossa história, possam aprender com ela e jamais repetir um tempo tão sombrio como foi vivido no tempo da ditadura militar”, declarou.
Casarão do Sítio Trindade
Em maio de 1960, durante a gestão de Miguel Arraes (PSB) como prefeito do Recife, o Sítio Trindade, antes
denominado Arraial do Bom Jesus, tornou-se sede do Movimento de Cultura Popular (MCP). A iniciativa envolveu intelectuais e artistas e apresentava um conceito inovador de educação, a partir do uso da cultura popular como instrumento de transformação social.
Com o golpe militar de 1964, tanques do exército avançaram sobre os jardins do Sítio Trindade e o casarão foi invadido. O material pedagógico e as obras de arte foram apreendidos e destruídos, sob o argumento de que se tratava de material subversivo. Muitos dos integrantes do movimento foram vítimas de perseguição, findaram presos ou exilados.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações do Governo de Pernambuco e Jornal do Commercio de Pernambuco