O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, criticou nesta segunda-feira (13), o conservadorismo e defendeu o respeito aos direitos humanos e a igualdade de oportunidades, durante o encerramento do encontro nacional do movimento LGBT Socialista.
“Nós vamos manter as nossas posições, e nós representamos parte da sociedade brasileira que tem essa visão do mundo, da vida. Um dia essa visão pode se tornar hegemônica, e é para isso que nós lutamos, para que tenhamos cada vez mais cidadãos menos conservadores, que não tenham preconceito, que não tratem as pessoas pela condição que tenham para oferecer, mas que as tratem como seres humanos”, afirmou o presidente do PSB.
O evento reuniu coordenadores de 16 Estados em Brasília, no último final de semana, para discutir os principais desafios do segmento e o cenário político-eleitoral. O movimento LGBT Socialista projeta lançar 40 candidaturas próprias em todo o país. Os participantes do encontro aprovaram a proposta de regimento interno do segmento que será submetido à Executiva Nacional.
O presidente do PSB reafirmou a importância de haver ações concretas, seja do partido seja do segmento, e deu como exemplo a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), de iniciativa do PSB, contra regra que proíbe doação de sangue por homens homossexuais. O relator no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, adotou em seu despacho rito célere para a ação.
Iniciativas como essa, segundo Carlos Siqueira, estão de acordo com os princípios estabelecidos desde a fundação em 1947 e que dão ao partido um caráter libertário. “É lutar contra toda natureza de preconceito e para que as pessoas possam ter igualdade de oportunidade”, afirmou.
O secretário nacional do LGBT Socialista, Otávio Oliveira, disse que uma das prioridades é organizar o segmento em mais unidades da federação e disputar as eleições municipais com candidaturas próprias neste ano. “O LGBT Socialista está avançando nos estados onde não havia segmento organizado. Com as candidaturas, entendemos que o movimento contribuirá para o fortalecimento da nossa agenda e para a luta contra o conservadorismo nas casas legislativas.
Otávio Oliveira disse que a luta contra o preconceito deve estar na pauta não só dos partidos políticos, mas de toda a sociedade. O movimento condenou o atentado que matou mais de 50 pessoas e feriu dezenas em uma discoteca freqüentada por público LGBT, em Orlando, nos Estados Unidos.
“No mundo, as pessoas LGBT são agredidas e atacadas simplesmente por serem LGBT, apenas por amar diferente. E nós precisamos que a sociedade compreenda que amar vale à pena, independentemente de quem se ame. Então o nosso repúdio total e a nossa solidariedade às famílias das vítimas do atentado de Orlando vai ficar registrado nesse encontro de Brasília”, disse.
Avanços – O presidente nacional do PSB defendeu ainda que o LGBT Socialista tenha uma plataforma política que deve ser aprofundada, aperfeiçoada e levada para sociedade em geral.
Sobre os avanços da causa LGBT, o socialista ressaltou que esta é uma mudança gradativa e que o movimento precisa impor à sociedade o respeito aos direitos humanos. “Isso é uma luta que não é uma questão só de governo. É uma questão, sobretudo, cultural, sobre a qual muitos setores da sociedade, muitas vezes até de forma hipócrita, condenam determinadas situações da realidade que vive o Brasil e o mundo, em função de crenças, preconceitos, de uma visão muito limitada. Eu digo isso para estimular vocês nessa luta, para que vocês continuem a lutar de maneira ainda mais organizada, mais pensada”, disse.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional