O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu nesta quinta-feira (16) a atuação do partido para reduzir a desigualdade entre as pessoas no Brasil. A afirmação foi feita durante o lançamento do 4º Boletim de Conjuntura da Fundação João Mangabeira (FJM), com o tema "Concentração de Renda: quase nada mudou nos últimos anos".
"Os dados compilados aqui evidenciam o tamanho do desafio que estamos a vencer, sobretudo nós do PSB que temos o dever e obrigação da nossa existência como partido para a diminuição da desigualdade, dessa concentração de renda, seja na participação dos movimentos sociais, seja nos governos, seja no Parlamento. As iniciativas devem ser no sentido de inverter essa pirâmide", afirmou Carlos Siqueira, na abertura do evento Café com Política, na sede da FJM, em Brasília.
O boletim afirma que o Brasil pouco avançou na redução da desigualdade e na realização de reformas estruturais, tendo sido influenciado apenas pelo crescimento da economia externa. “Só avançamos na década passada porque o mundo cresceu muito e aí o Brasil pegou carona, mas não foi um projeto de desenvolvimento nosso. O Brasil tem vivido disso. Nunca dentro de um projeto nosso, que nos dê soberania, que seja solidário”, afirmou o presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande.
Organizador do documento, o economista e cientista social César Benjamin explicou que a melhoria de vida das pessoas nas últimas décadas se deve a um processo de políticas públicas adotadas no Brasil, como os benefícios da seguridade social, da saúde pública e do salário mínimo.
“Eu não diminuo o Bolsa Família, a pobreza tem geografia, existem áreas do território nacional com economias deprimidas, e a maneira para diminuir isso é a circulação monetária. Nessas regiões, o Bolsa Família tem efeito importante ao elevar o poder de compra e gerar circulação monetária. Mas quando nós vemos no sentido macro, (…) vemos que o binômio seguridade social/salário mínimo tem impacto muito superior. Isso distribui mais de 7% do PIB para as famílias, e o Bolsa Família distribui 0,5% do PIB”, afirmou.
Economista do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Medeiros afirmou que há um aparente consenso entre pesquisadores de que a desigualdade de renda não caiu entre os anos de 2006 e 2013. “Por que a desigualdade não caiu? Porque aumentaram os ganhos de capital e os ganhos de lucros e dividendos. Não há dúvida nenhuma que a pobreza diminuiu, mas teve aumento nos ganhos de capital no topo da pirâmide”, disse.
Para o economista, as políticas tributárias não acompanharam esse aumento dos ganhos de capital. “Aumentar ganhos de capital e lucros não é um problema. O que levanta a preocupação é que, aparentemente, os mecanismos para aproveitar esse aumento ele é ineficiente para promover justiça na outra pública. Digo aparentemente porque temos muito pouca transparência em relação às informações tributárias”, afirmou.
Participaram do evento de lançamento do boletim de conjuntura o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, o senador João Alberto Capiberibe (PSB-AP), o líder do PSB na Câmara, Paulo Foletto (ES), entre outros deputados.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional