O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), abordou temas como comércio exterior, investimentos verdes em desenvolvimento sustentável, segurança pública e tributação, durante o evento “Rumos 2025”, realizado nesta segunda-feira (24), pelo jornal Valor Econômico. O seminário debate os desafios e oportunidades para o desenvolvimento do Brasil em áreas como economia, comércio global, mudanças climáticas e segurança pública.
Ao destacar as oportunidades para o Brasil no contexto geopolítico atual e a relação com os Estados Unidos, Alckmin ressaltou que o vínculo entre os dois países têm mais de 200 anos e defendeu um modelo de negociação que permita maior reciprocidade entre os países.
“São negociações que estão ocorrendo e defendemos o ganha-ganha. A gente deve aproveitar as oportunidades para poder ter mais comércio exterior — e melhorar o nosso comércio exterior. Os Estados Unidos também são importantes para o Brasil, porque são o país para quem a gente vende mais produtos de valor agregado: avião, automóvel, equipamentos. Então, o nosso empenho é avançar nas negociações”, apontou.
Alckmin reforçou que a China é o maior parceiro comercial do Brasil e que a prioridade é defender o multilateralismo. Ele também destacou que uma das razões para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão é avançar na discussão sobre o comércio exterior.
“Os Estados Unidos e a China são grandes parceiros do Brasil. A China é o maior comprador do Brasil, é para quem a gente mais exporta, e os Estados Unidos, o maior investidor no Brasil. Nós temos mais de três mil empresas americanas no Brasil, então a nossa disposição é de defender o multilateralismo, o livre comércio. Podemos avançar, essa é a disposição brasileira”, afirmou o presidente em exercício.
Alckmin frisou que é necessário fortalecer ainda mais o Mercosul e a importância do acordo comercial recentemente fechado com a União Europeia. “O comércio exterior é fundamental. Nós no MDIC estamos trabalhando uma indústria mais inovadora, mais sustentável, mais competitiva e mais exportadora. Então é conquistar mercado, essa é a nossa tarefa”, argumentou.
O ministro citou os avanços conquistados nesta gestão até o momento, como a aprovação da Reforma Tributária, o fortalecimento do SUS e mais investimentos na educação. “Temos um resultado muito positivo: cresceu o emprego na indústria, está na vanguarda da inovação, paga salários melhores, melhorou a inovação, melhorou a sustentabilidade, a educação, passou a valorizar creche, escola de tempo integral, não deixar o aluno abandonar o ensino médio com o Pé-de-Meia. Voltou o SUS, com os programas de vacinação”, disse.
Ele também ressaltou o Projeto de Lei para garantir a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil e o Crédito do Trabalhador. Para Alckmin, são decisões justas que estimulam o desenvolvimento econômico do país.
No campo ambiental, o presidente em exercício reforçou o papel do Brasil na segurança energética e alimentar, o protagonismo na questão climática e o combate ao desmatamento. “Somos hoje o grande protagonista na segurança alimentar, na segurança energética e energia limpa com inúmeras oportunidades. E o grande protagonista na questão climática. Temos a maior floresta tropical do mundo e mudou a postura do Brasil, que era não combater o desmatamento, para uma ação firme de combate ao desmatamento”, afirmou.
Outro destaque apresentado é a realização da COP30 no Brasil que, segundo Alckmin, será uma grande oportunidade para o país. “A COP pode ser uma mudança desafiante, mas é uma mudança importante. E o Brasil apresentou as suas NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada, New Distribution Capability, que é um compromisso assumido por cada país signatário do Acordo de Paris) na COP de Baku, lá no Azerbaijão, na COP29. Eu representei o Brasil lá. Redução de emissão de gás de efeito estufa, entre 59% e 67%, até 2035. Ela é ousada, mas ela é factível”, enfatizou.
Sobre as medidas para atrair investimentos que priorizem a sustentabilidade ambiental, Alckmin destacou o programa de Mobilidade Verde (Mover) que atraiu R$ 130 bilhões em recursos, o Fundo Clima e o Fundo Amazônia.
Além disso, ele enfatizou que o Brasil tem potencial competitivo na transição ecológica. “Nós estamos concentrados nessa transição ecológica. E o Brasil é um exemplo, porque quase 90% da energia elétrica é renovável. Hidrelétrica, solar, eólica e biomassa. Por isso, a possibilidade é atrair muito”, afirmou.
As medidas para baratear os preços dos alimentos também foram destacadas por Alckmin. O presidente em exercício explicou que o aumento dos preços foi causado por diversos fatores, como a seca e a alta do dólar, mas que há uma expectativa positiva para 2025. Além do imposto zero para diversos alimentos, Alckmin defendeu o fortalecimento do estoque da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O presidente em exercício também abordou a questão da segurança pública e defendeu a integração das políticas e a necessidade de intensificar o trabalho com os países vizinhos. “É preciso ter um trabalho também com os países vizinhos. Um trabalho que extrapole as nossas fronteiras de articulação. E eu acredito também numa decisão do Supremo, que acho que deu um passo na direção correta, de dar ao município um pouco mais de competência na questão da segurança”, pontuou.
Com informações do MDIC