A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) apresentou na Câmara dos Deputados, em meio a discussão sobre o Código Florestal, o projeto de lei 3.341/2012, que titula o acreano Chico Mendes Patrono do Meio Ambiente Brasileiro.
“Precisamos trazer à memória do povo brasileiro a luta atual de Chico Mendes em defesa da Amazônia, do desenvolvimento sustentável e da sobrevivência da humanidade”, justifica a deputada Janete.
Chico Mendes foi vítima da violência patrocinada pelo desenvolvimento predatório da Amazônia, que não admitia – ou sequer entendia – a importância da sua militância. Foi assassinado na porta de casa, no dia 22 de dezembro de 1988, uma semana após completar 44 anos. Deixou a mulher e dois filhos, um com dois e outro com quatro anos de idade.
Reservas
Conhecedor das dificuldades dos povos da floresta, Chico Mendes logo entendeu que só a organização consciente dos trabalhadores seria capaz de libertá-los da opressão histórica. Sob o lema “União dos Povos da Floresta”, em defesa da Floresta Amazônica, reuniu indígenas, seringueiros, castanheiros, pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas para a criação de reservas extrativistas.
Apesar de ser cada vez mais ameaçado de morte, Chico Mendes levava sua luta a todo o Brasil, participando de palestras e congressos. O objetivo era denunciar as atividades predatórias na floresta e as ações violentas dos fazendeiros contra os trabalhadores, principalmente da região de Xapuri, sua terra natal, no estado do Acre. Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de membros da Organização das Nações Unidas (ONU), que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causada por projetos financiados por bancos internacionais.
Herança
“A história de luta de Chico Mendes não foi diferente da trajetória de tantos homens e mulheres que não se dobraram aos ditames dos opressores da liberdade e da justiça social no Brasil. A causa de sua morte também não foi diferente da morte de tantos outros que ousaram ecoar o canto libertário no campo. Mas, ao contrário, foi a mesma: a insistência secular dos defensores do latifúndio herdado da colônia, pilar principal do atraso e da injustiça social brasileira, que tentam impedir o acesso à terra aos que nela trabalham e produzem riqueza”, escreveu a deputada Janete, na justificativa do projeto.