Milhares de pessoas foram às ruas das capitais e principais cidades do país para protestar contra as reformas previdenciária e trabalhista propostas pelo governo de Michel Temer, nesta sexta-feira (28).

Manifestação no Largo da Batata, em São Paulo. Foto: Marcelo Peron
Liderada pelas maiores centrais sindicais e movimentos sociais, a greve geral afetou grande parte dos transportes públicos (ônibus e metrôs), bancos, escolas e universidades e comércio em todos os Estados, nas capitais e cidades do interior do país. Temer determinou o corte do ponto dos funcionários públicos que aderirem à paralisação.
As maiores manifestações ocorreram em São Paulo, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Desde as primeiras horas da manhã, os principais acessos a capitais e cidades importantes foram obstruídos, provocando grandes engarrafamentos.
Bancários, metroviários e motoristas de ônibus, professores da rede pública, petroleiros e servidores de várias regiões do Brasil aderiram à paralisação nacional, que contou com a participação de militantes do PSB e de segmentos sociais ligados ao partido. Na última segunda-feira, a Executiva Nacional do PSB fechou questão contra as reformas da previdência e trabalhista.
Na capital paulista, a principal manifestação ocorreu no Largo da Batata, um dos principais cruzamentos da cidade. Organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato reuniu cerca de 70 mil pessoas, segundo os organizadores, até o início da noite.
Milhares de pessoas interromperam nos dois sentidos a Avenida Paulista, segundo a organização. No total, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) estimou em cerca de 50 manifestações ocorridas em todo o Estado. Ao longo do dia, algumas das principais vias de São Paulo registraram protestos, entre elas as rodovias Anhanguera, Presidente Dutra, Ayrton Senna, Régis Bitterncourt e Castelo Branco. O transporte público também foi paralisado nas primeiras horas da manhã, mas algumas linhas do metrô voltaram a operar durante o dia.
No Rio de Janeiro, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o presidente Michel Temer e empunharam faixas e cartazes contra as duas reformas próximo a Assembleia Legislativa da cidade. No início da noite, centenas de pessoas se aglomeraram em frente ao Cine Palácio, na Cinelândia, região central do Rio, para um ato contra as reformas trabalhista e previdenciária. Trens e metrô funcionaram normalmente ao longo do dia, mas o número de ônibus e barcas foi reduzido e cerca de 300 agências bancárias fecharam.

Manifestação em direção ao Congresso Nacional. Foto: Humberto Pradera
Em Brasília, a movimentação iniciou por volta de 10h30 e se concentrou em frente ao Congresso Nacional. Os manifestantes se dirigiram à Esplanada dos Ministérios com faixas, apitos e bandeiras do Brasil, protestando contra o governo Temer e as reformas que atentam contra os direitos sociais. Bancos, hospitais, correios e escolas não abriram ou, em alguns casos, funcionaram com número reduzido de funcionários. Ônibus e metrôs não circularam na capital federal.
Debaixo de chuva, mais de 100 mil pessoas participaram de passeata na região central de Belo Horizonte, segundo organizadores. Os manifestantes se dispersaram por volta das 15h. A capital mineira teve metrô, lojas, agências bancárias e parte dos ônibus paralisados. Manifestações e paralisações também foram registradas em cidades do interior mineiro, como Juiz de Fora, Montes Claros, Uberlândia e Uberaba.
Em Porto Alegre, uma caminhada foi realizada na região central da cidade e reuniu mais de 50 mil pessoas, segundo dados da organização. Houve paralisação total dos ônibus e trens metropolitanos desde a madrugada e o comércio funcionou parcialmente. A Ponte do Guaíba, única ligação entre a capital gaúcha e as regiões central e sul do Estado, sofreu um bloqueio ainda nas primeiras horas da manhã, mas todas as rodovias federais foram liberadas no fim da tarde.
Em Curitiba, ao menos 20 categorias paralisaram, entre elas os rodoviários, os servidores municipais, professores das redes pública e privada, bancários, vigilantes, policiais civis e metalúrgicos. O protesto no centro da cidade reuniu cerca de 20 mil pessoas pela manhã e início da tarde.
No centro do Recife, os manifestantes protestaram contra o governo Temer e suas reformas. Eles seguravam cartazes com fotos de deputados pernambucanos que votaram a favor da reforma trabalhista, chamados de “traidores”. Os rodoviários aderiram à greve geral e a cidade amanheceu sem ônibus. Outras categorias também paralisaram suas atividades e manifestações em diferentes localidades da região metropolitana da capital pernambucana foram registradas ao longo do dia.
Em Aracaju, os trabalhadores cruzaram os braços e pararam a capital de Sergipe. Os atos começaram logo cedo com trancamentos de várias vias da cidade. Durante a tarde, mais de 15 mil pessoas percorreram o centro entoando gritos conta o governo e dizendo “não às reformas”.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional