
Foto: Clara Pessoa
O PSB, por meio da Fundação João Mangabeira, promoveu a terceira edição do evento “Ariano Suassuna: dos 95 aos 100 anos”, em homenagem ao escritor, dramaturgo e ex-presidente de honra do partido.
A programação celebrou os 98 anos de nascimento do autor com uma série de atividades no tradicional bairro de Itapuã. O evento ocorreu no Hotel Casa de Vina, antiga residência do poeta Vinícius de Moraes, e contou com três dias de programação cultural, incluindo inauguração de museu, exposições, debates, oficinas, peças teatrais e uma aula-espetáculo.
Um dos destaques foi a inauguração da exposição “Sonho e Esperança”, instalada no recém-criado Museu Ariano Suassuna, dentro do próprio Hotel Casa de Vina. A mostra, dedicada à trajetória e ao pensamento do autor de O Auto da Compadecida, reuniu elementos sobre a contribuição do dramaturgo à cultura brasileira e seu engajamento político.
No encontro entre cultura popular, reflexão social e memória política, Ariano Suassuna foi celebrado não apenas como escritor e dramaturgo, mas como símbolo da resistência cultural nordestina, um mestre cuja obra continua a inspirar gerações, afirmou a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA).
“O PSB da Bahia fica extremamente satisfeito, alegre, pela realização aqui em Salvador desse evento da Fundação João Mangabeira, que prepara o centenário de Ariano Suassuna, filiado do nosso partido. Ele foi presidente de honra do partido durante muito tempo e tem um reconhecimento nacional de sua importância para a cultura nordestina. É um artista que marcou a cultura nordestina, que destacou a cultura nordestina no mundo e que, de forma especial, a retratou. Por isso, nós ficamos muito felizes com a presença desse evento aqui”, afirmou Lídice.
A programação contou ainda com debates sobre a obra de Suassuna, oficinas de dança armorial, apresentações teatrais e uma aula-espetáculo comandada por João Suassuna, neto do autor. Um dos pontos altos foi o painel “70 Anos do Auto da Compadecida: Atemporalidade e Universalidade”, que revisitou a peça, considerada um marco da dramaturgia nacional, adaptada para o cinema e que ganhou uma continuação nos cinemas, recentemente.

Foto: Clara Pessoa
Fechando a programação, houve ainda a aula-espetáculo com tema “Na Trilha do Mestre”, com João Suassuna, e participação de bailarino armorial, intercalando narrativa, música e poesia, uma oficina de dança com Pedro Salustiano; e também a apresentação da peça ‘Romeu e Julieta’”, cordel de Ariano Suassuna, com Aramis Trindade.
O nordestino que eternizou a cultura popular no palco
Grande defensor da cultura brasileira, Ariano Suassuna foi o criador e principal expoente do Movimento Armorial, iniciativa artística que uniu a sofisticação da arte erudita às raízes da cultura popular nordestina. Lançado oficialmente em 1970, o movimento buscava criar uma arte genuinamente brasileira, inspirada nas manifestações populares do Nordeste. A proposta envolveu diversas linguagens: da música à literatura, das artes visuais à dança, teatro e cinema, sempre com o objetivo de exaltar a identidade cultural do povo nordestino em formas elevadas de expressão artística.
Ariano Suassuna faleceu há quase 11 anos, aos 87 anos, deixando um legado na literatura e nas artes cênicas. Natural de João Pessoa, na Paraíba, ele sempre fez questão de afirmar com orgulho sua origem nordestina, traço marcante de sua obra e de sua trajetória.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, Suassuna atuou como advogado antes de se dedicar integralmente à literatura e ao teatro. Como dramaturgo, escreveu e dirigiu inúmeras peças, sendo reconhecido nacionalmente por obras como O Auto da Compadecida, que se tornaria um dos maiores clássicos da dramaturgia brasileira, adaptado com sucesso para o cinema e a televisão.
Com informações do jornal A Tarde