Críticas ao governo Bolsonaro pelo desempenho nas áreas da saúde, do emprego, da educação e segurança pública marcaram a terceira edição do Janelas pela Democracia, realizada na noite desta terça-feira (14).
O movimento reúne os sete principais partidos de esquerda no Brasil e defende o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Durante a live foi feita uma homenagem ao ambientalista, jornalista e político Alfredo Sirkis, filiado ao PSB, falecido na última sexta-feira (10), no Rio de Janeiro.
No dia em que o país completou 2 meses sem um ministro da Saúde efetivo – atualmente, a pasta é comandada pelo interino general Eduardo Pazuello – e quando registrou a última semana como a mais letal com uma média de 1056 mortes diárias por Covid, ultrapassando as 73 mil mortes desde o início da pandemia, O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon lamentou que o Brasil esteja vivendo uma tragédia sem precedentes.
“Em momento algum da nossa história, uma pandemia matou tanta gente como agora. Isso se deu pela irresponsabilidade do presidente da República, já que o Brasil, apesar de ter grandes e heróicos profissionais da saúde e de contar com o Sistema Único de Saúde, faltou liderança. O presidente da República sabotou de todas as formas que pode o trabalho dos prefeitos e governadores, e ao mesmo tempo o isolamento social”, afirmou Molon, que falou em nome do partido.
Segundo o socialista, para nos prepararmos para enfrentar outras pandemias, é fundamental desenvolver o complexo industrial da saúde do Brasil e evitar o desmatamento e a destruição ambiental. A proteção da Amazônia e um pacto para a proteção do meio ambiente, que tem sido chamado de Green New Deal, são defendidos pelo PSB em seu processo de autorreforma.
“Precisamos ter capacidade científica, tecnológica e de inovação para não dependermos da importação de máscaras de outros país, para produzirmos respiradores, vacinas e outros insumos. E por outro lado, combater o desmatamento e a destruição do meio ambiente porque os cientistas apontam que as próximas pandemias serão advindas do aquecimento global e do desmatamento da Amazônia”, explicou.
Para isso, Molon destacou ser preciso investir em uma das marcas do PSB, o socialismo criativo, que defende a economia criativa com investimentos em ciência, tecnologia e informação para uma reindustrialização moderna do país utilizando um tripé que envolve governo, academia/universidade e mercado.
Sobre a questão do desemprego que assola o Brasil e que se agravou com a pandemia do novo coronavírus, Molon destacou que falta empenho do governo Bolsonaro para mitigar esse problema.
O fechamento de postos de trabalho teve alta pela 4ª semana consecutiva desde o início de maio até a metade de junho: foram 2 milhões de novos desempregados neste período, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento do dia 3 de julho, cerca de 11,9 milhões de brasileiros estavam desempregados na segunda semana de junho, o que representa um aumento de, aproximadamente, 700 mil trabalhadores a mais na fila por um emprego no país na comparação com a semana anterior. Em maio, o país atingiu 12,7 milhões de desempregados.
Molon ressaltou que o mundo está passando por uma transformação radical na economia, por conta de investimentos intensivos em ciência e tecnologia e, ao mesmo tempo, de uma transição verde.
“Aqui no Brasil, temos que recuperar a capacidade do Estado de fazer investimentos públicos para criar uma nova infraestrutura sustentável. É preciso investir em mobilidade das nossas cidades, com energia limpa e garantindo um transporte de massa de qualidade, que seja não poluente, em moradias adequadas e justas, enfrentando o déficit habitacional, e através de tudo isso será gerada uma intensiva mão de obra e, consequentemente, muito emprego”, disse.
A área da educação também está em constante prejuízo no governo Bolsonaro. PSB, em seu processo de autorreforma, luta para tornar permanente o Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb). Atualmente, o Fundeb está na iminência de caducar na Câmara dos Deputados por falta de discussão e de ação do Ministério da Educação (MEC).
“A pandemia tornou pior o que já era ruim. A educação brasileira já era desigual e a pandemia agravou isso. Quem pode pagar por uma internet de alta qualidade e ter computadores e outros equipamentos em casa para ter aulas à distância? São muito poucos!”.
Molon citou como exemplo de superação desse problema o governo de Pernambuco, sob a gestão de Eduardo Campos, que investiu no ensino das escolas em tempo integral e saiu da 22ª posição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2007, para o 1º lugar em 2015. Atualmente, o Estado é administrado pelo socialista Paulo Câmara que também investe na valorização do magistério, na universalização das vagas em creches e fornecimento de cursos técnicos e profissionalizantes.
O líder do PSB na Câmara também citou exemplos de governos socialistas durante a discussão do tema segurança pública na live. Para ele, é preciso ter coragem para enfrentar essa questão.
Em Pernambuco, a experiência exitosa ocorreu com o Pacto pela Vida criado em 2006 no governo de Eduardo Campos e que teve seguimento com Paulo Câmara até os dias atuais. No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande é destaque com o Programa Estado Presente, implantado em 2011. Ricardo Coutinho criou o programa Paraíba Unida pela Paz durante sua gestão no Estado em 2011.
“Esses programas de governos do PSB tiveram marcas de redução das taxas de crimes porque fizeram prevenção social focalizada, identificação das populações mais vulneráveis e repressão qualificada, que significa investigação, melhoria das capacidades das polícias, criação de centros integrados, ou seja, ação delimitando as responsabilidades, cobrando metas e indicadores claros, investindo maciçamente em equipamentos e em pessoal”, pontuou como as ações que fizeram os governos estaduais socialistas se destacarem na segurança pública.
Além disso, Molon acrescentou que é preciso acabar com a cultura de tolerância com crimes letais, reequilibrar as penas no sistema judicial e penal brasileiro e retomar o espírito do estatuto do desarmamento. “Essa facilidade de acesso às armas defendida por Bolsonaro e contra as quais estamos lutando na Câmara e no Supremo vai aumentar a violência no Brasil”, afirmou.
Os participantes desta edição do Janelas pela Democracia ainda prestaram solidariedade às famílias das vítimas da Covid-19 e agradeceram os profissionais de saúde que estão na linha de frente de combate à pandemia.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional