
Carlos Siqueira: “Não queremos que a Câmara seja apenas um carimbador de projetos do Poder Executivo”. Foto: Humberto Pradera
Os deputados federais do PSB reunidos na sede nacional do partido nesta quinta-feira (10) decidiram, por ampla maioria, formar um bloco de oposição à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara.
O encontro, presidido pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e pelo líder da bancada socialista, Tadeu Alencar (PE), teve caráter consultivo e reuniu 22 dos 32 deputados da atual legislatura.
Segundo Siqueira, a adesão do PSL à candidatura de Maia foi determinante para a decisão. Para o presidente do PSB, é necessário que haja “equilíbrio” entre governo e oposição no funcionamento da Câmara.
“Não queremos que a Câmara seja apenas um carimbador de projetos do Poder Executivo e que a oposição fique a ver navios cada vez que os assuntos essenciais para o país estiverem em jogo”, afirmou.
O partido irá conversar com líderes e presidentes do PDT e do PCdoB – que formam com o PSB um bloco de centro-esquerda na Casa – para levar a proposta dos socialistas de formar um bloco mais amplo que fará oposição a Maia.
“É importante que a oposição ocupe espaços significativos para criar um certo equilíbrio, para que possamos combater eventuais retrocessos nas conquistas sociais históricas do nosso país”, defendeu Siqueira.

Para Tadeu Alencar, eleição na Casa deve garantir a independência e o papel da oposição. Foto: Humberto Pradera
A ideia é que o blocão a ser formado tenha várias candidaturas, algumas delas já lançadas, como a do deputado federal JHC (PSB-AL), para disputar a presidência, os demais cargos da mesa diretora e as comissões temáticas.
“Estamos convencidos de que vamos chegar a um ponto comum a partir da reunião que teremos com esses partidos de esquerda. Nós valorizamos muito esse bloco, queremos atuar juntos nessa e em outras questões mais essenciais que a conjuntura já nos mostra que apresentará”, declarou o presidente do PSB.
O líder da bancada socialista, Tadeu Alencar ressaltou que o PSL levou à candidatura de Rodrigo Maia uma “identidade muito grande” com o governo de Jair Bolsonaro.
“Isso era algo que, desde o início, o nosso bloco e o PSB dissemos que era importante não ter para garantirmos a independência do poder e o nosso papel de oposição”, afirmou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional