O Partido Socialista Brasileiro (PSB) encontra-se de luto pela grande perda de seu presidente de Honra, Ariano Suassuna. O escritor e socialista estava internado na UTI Neurológica do Hospital Português, em Recife (PE) desde segunda-feira (21), após ter sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico e passado por cirurgia. Suassuna estava em coma induzido e respirava com a ajuda de aparelhos, mas faleceu nesta quarta-feira (23).
Eduardo Campos, presidente Nacional do PSB e candidato à Presidência da República, lamentou profundamente a perda de seu tio e amigo. "Ariano era um tio, um avô, um pai, uma referência. Sua vida foi tão bonita quanto suas obras. A saudade é enorme", disse.
"Hoje o país perdeu um gigante da cultura, da política e da nacionalidade. Eu perdi uma referência de vida e um grande amigo. Para o Brasil Ariano viverá na obra que deixou. Para nós, que com ele tivemos o privilégio de conviver, ficará a memória de belos tempos e o imenso vazio da saudade", afirmou Eduardo.
Roberto Amaral, vice presidente Nacional do PSB, também lamentou a morte de Suassuna. "O Brasil perdeu um de seus mais conspícuos construtores. Ariano recuperava nossa brasilidade na resistência cultural, na defesa de nossos valores, de nossa língua, de nossa forma de amar, lutar e viver. Poeta, novelista, dramaturgo, romancista, agitador social atingiu o universal pelo que havia de mais local e nordestino. O Brasil está mais pobre e os brasileiros mais tristes", declarou.
Beto Albuquerque (PSB/RS), deputado e líder do PSB na Câmara também deixou público seu depoimento e afirmou a importância de Ariano para o Brasil, para a cultura, para a política. "Ele é e sempre será nosso orgulho nacional, nossa riqueza cultural e artística. Nos sentimos honrados pela sua militância no PSB e por ser, agora e para sempre, nosso presidente Nacional de Honra. Agradeço pelas conversas que tivemos e pelas aulas que pude apreciar e me divertir", disse.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), líder do PSB no Senado, destacou em sua página oficial do Facebook a importância literária, cultural e socialista que foi a trajetória de Suassuna, destacou também características únicas e cativantes do escritor "Ariano incorporava, concretamente, cada criação sua por vivência, carisma, brilho e genialidade no espelho amoroso do apaixonado pela sua terra e sua gente". "Um artista que se fez a própria obra não pode morrer. Ariano traduziu o sentido exato e pleno de ser um mestre. Imortal em palavras, obras, imagens e invenção", destacou Rollemberg.
De acordo com boletim médico divulgado à imprensa, o escritor faleceu às 17h15 após ter uma parada cardíaca "provocada pela hipertensão intracraniana". Nesta quarta-feira o Brasil perdeu um homem, que além de toda a obra deixada de herança ao Brasil, deixa missões e visões. O país se despede de uma figura única que definia a vida simplesmente como um belíssimo espetáculo.
Ano passado o presidente de honra do PSB foi internado duas vezes. A primeira em agosto, quando sofreu um infarto, mas recebeu alta após seis dias, com recomendações de repouso e não receber visitas. A segunda internação aconteceu logo após. No hospital foi detectado aneurisma cerebral, Ariano passou por um procedimento para tratar o problema, chamado arteriografia, recebeu alta, também seis dias depois de ter sido internado.
Ariano
Nascido em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, cresceu no Sertão paraibano e mudou para Recife em 1942 com sua família. Presidente de Honra do PSB, dramaturgo, escritor, romancista e poeta, o paraibano Ariano Suassuna é autor de diversas obras reconhecidas mundialmente, como “O auto da Compadecida”. Ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno, em 1948, com sua primeira peça teatral "Uma mulher vestida de sol”.
Tem contos e livros adaptados para a televisão e para o cinema como "Romance d'a pedra do reino" e "O príncipe do sangue do vai-e-volta" deram origem à minissérie "A pedra do reino", com direção de Luiz Fernando Carvalho, exibida na Rede Globo em 2007.