Para incentivar a população a denunciar práticas de racismo, a Prefeitura do Recife, por meio da Gerência de Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, promove a campanha permanente “Recife de Coração Aberto para a Igualdade”.
As vítimas devem denunciar pelo Disk 100 e comparecer à delegacia mais próxima para registrar o boletim de ocorrência. Se o racismo for de cunho institucional, a denúncia deve ser feita pelo número 08002810040 (Ouvidoria Geral do Município do Recife).
Segundo a Gerência de Igualdade Racial da prefeitura, o racismo de cunho institucional é “o fracasso das instituições e organizações em prover um serviço profissional e adequado às pessoas em virtude de sua cor, cultura, origem racial ou étnica”.
O racismo institucional “se manifesta em normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes do preconceito racial, uma atitude que combina estereótipos racistas, falta de atenção e ignorância”.
Para abordar a temática racial de forma lúdica e afirmativa, a campanha vai homenagear dois ícones recifenses: o escritor Solano Trindade e a Mãe Badia – a Senhora dos Carnavais recifenses.
Homenageados
Mãe Badia – Maria de Lourdes da Silva, Badia (1915 -1991), costureira e uma das principais Mães do Maracatu. Ainda bebê teria ido morar com as tias Eugênia, Sinhá e Iaiá: as Tias do Terço, famosas no Recife pelas práticas religiosas de Matrizes Africanas. Viveu sua vida no bairro recifense de São José, onde nasceu, reduto de descendentes de escravos libertos. A morada de sua família (Rua Vidal de Negreiros nº 143) ficou conhecida como Axé das Tias do Pátio do Terço (devido à proximidade com a Igreja do Terço). Em 1985, a Prefeitura do Recife homenageou Mãe Badia, ainda em vida, como a “Primeira Dama do Carnaval do Pátio do Terço”.
Solano Trindade – Francisco Solano Trindade, nasceu em Recife/PE em 24 de julho de 1908. Poeta brasileiro, folclorista, pintor, ator, teatrólogo e cineasta. Filho do sapateiro Manuel Abílio Trindade, que foi operário, comerciário e colaborou na Imprensa. Foi para Belo Horizonte e em seguida para o Rio de Janeiro, nos anos 40, e logo depois para São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida no convívio de artistas e intelectuais. Participou de um grupo de artistas plásticos em Embu, onde disseminou a cultura negra e as tradições afrodescendentes. Nesse município, o poeta foi homenageado com o nome em uma escola e uma rua. E lá, permaneceu até sua morte em 1974. Idealizou o I Congresso Afro-Brasileiro no país, que aconteceu no ano de 1934 no Recife.
Com informações da Prefeitura do Recife