Uma profunda reforma na política só será possível com uma constituinte exclusiva, defendeu nesta quarta-feira (6), o vice-presidente nacional de Relações Governamentais e Internacionais do PSB, Beto Albuquerque.
Ele participou do painel A Reforma Política que o Brasil precisa, promovido pela Federação dos Empresários do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre.
Para Albuquerque, o sistema eleitoral brasileiro “está falido”. “O sistema que elege, que governa e que julga hoje no Brasil está falido. Em 2014 houve um estelionato eleitoral e o TSE absolveu os envolvidos”, criticou.
Durante o debate coordenado pela presidente da Federasul, Simone Leite, o socialista disse ser favorável ao fim das coligações e à cláusula de barreira nas eleições proporcionais, propostas aprovadas em primeiro turno pelo plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (5).
Ele defendeu também a unificação das eleições nacionais e municipais para mandatos de cinco anos, sem reeleição. “O nosso país precisa trabalhar. Não pode parar de dois em dois anos, a cada processo eleitoral”, disse.
Na opinião do socialista, o chamado “presidencialismo de coalizão”, que se tornou um “verdadeiro modelo de troca-troca” de cargos, “é um atraso”.
Ele avaliou que o parlamentarismo deve ser considerado como opção no debate sobre a reforma política, mas em momentos de crise, não pode servir “como válvula de escape”, declarou, em uma crítica ao presidente Michel Temer, que defendeu a adoção do sistema de governo ainda em seu mandato.
“Diante do que estamos vivendo na política brasileira, o parlamentarismo talvez seja a melhor forma de termos partidos, parlamentos e parlamentares verdadeiramente responsáveis. Será preciso avaliar essa possibilidade, mas não no momento de crise, não como válvula de escape”, opinou.
Ao elogiar a iniciativa da Federasul, o socialista lembrou do que o ex-governador de Pernambuco e ex-presidente do PSB, Eduardo Campos, dizia sobre a importância do debate a respeito de uma reforma política. “Eduardo Campos dizia que no dia em que o Brasil discutir política como discute futebol tudo será será melhor”, recordou.
Beto Albuquerque avaliou que, por estar em vigor em um período recente e curto da história do país, a democracia enfrenta desafios e necessita de aperfeiçoamentos.
“Nós ficamos longos períodos sem voto. Vivemos uma democracia ainda adolescente e cheia de problemas, mas cabe a todos nós resolver as distorções”, ponderou.
Beto Albuquerque defendeu ainda a participação dos brasileiros na política e a necessidade de líderes capazes de lutar pelo futuro do país. “Precisamos continuar atrás de líderes. Mobilizar os trabalhadores e os empresários para ajudar o Brasil. As pessoas devem participar mais da política, criticar menos e propor mais. O futuro está em nossas mãos”, finalizou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional