Natural de Curitiba (PR), Camilla Gonda tem 24 anos de idade. Eleita pelo PSB, ela é segunda vereadora mais jovem da Câmara Municipal de Curitiba.
Formada em Direito pela PUC-PR e mestranda em Ciências Sociais pela UFPR, Camila defendeu durante a campanha eleitoral pautas progressistas, ligadas à valorização da juventude e à qualificação dos espaços urbanos.
A trajetória na política teve início no ensino médio quando começou a participar do Movimento Estudantil. A experiência vivida com os pais, que enfrentavam desafios cotidianos para o sustento da família, a ajudou a desenvolver seu senso crítico e desejo de transformar a realidade. “Eu sou a primeira pessoa na família a participar de política. Ou seja, não tenho pais na política, mas tenho pais trabalhadores, o que me fez olhando a vida deles, desenvolver senso crítico sobre a realidade”, afirma em entrevista ao Brasil de Fato.
A vereadora destaca três principais pautas de atuação – juventude, mulheres e educação – e defende a presença feminina nas instâncias partidárias e de poder. “Dentro das instâncias partidárias nós precisamos de mulheres ocupando esses espaços, porque na hora de a gente fazer a distribuição de dinheiro para as candidaturas femininas, nós precisamos que uma mulher esteja à frente disso para conseguir compreender as diferentes realidades que as mulheres enfrentam e um olhar também interseccional”, afirma.
Com início na militância política aos 17 anos, Camila Gonda quer abrir caminhos para que os jovens possam ser protagonistas nas decisões que afetam diretamente suas vidas. Para ela, é essencial que a juventude tenha a oportunidade de colocar as demandas na mesa, tendo seus direitos e necessidades reconhecidos e atendidos. “Nosso mandato quer olhar para as diferentes juventudes que Curitiba possui compreendendo as suas diferentes particularidades e principalmente tudo o que a desigualdade social evidencia para a nossa juventude”, sustenta.
Para a vereadora, a educação deve ser capaz de despertar o senso crítico nos jovens e prepará-los para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. “Acredito muito na educação de Paulo Freire, que seja uma educação transformadora e que consiga trazer senso crítico para os nossos jovens. A gente precisa fomentar o estudo da sociologia, precisa fomentar o estudo da filosofia das humanidades”, defende. “Mas, obviamente, a gente vai precisar de uma construção conjunta. E acredito que assim sempre colocando os agentes políticos e públicos que falam sobre essa demanda. Então, se a gente vai falar de ciclistas, é um ciclista que vai falar como que é ser ciclista em Curitiba, não sou eu que vou falar pelos ciclistas, etc… Ninguém deve estar na política por ego, a gente tem que estar na política para abrir espaço e para, de fato, construir algo que seja contundente”, acredita.
Sobre a política local, Camila Gonda destaca que a luta por uma cidade mais justa e inclusiva exige mandatos combativos, que envolvam a população na construção de políticas públicas e que promovam uma política mais acessível e transparente. “A gente precisa cada vez mais de mandatos que, de fato, insiram a população na discussão de políticas públicas. Essa visão de nós versus eles, que é o poder público extremamente afastado da população, é o que sempre me incomodou. Representantes do povo precisam estar ao lado do povo, e eu sou totalmente contra esse afastamento das figuras políticas do povo, principalmente quando a gente está falando de vereadores”, ressalta.
Com informações do Brasil de Fato