Pela primeira vez desde 2012, o Comitê de Política Monetária (Copom) estuda reduzir a taxa de juros básicos da economia brasileira, a taxa Selic. A reunião do Copom que vai discutir a nova Selic começa nesta terça-feira (18) e terminará na quarta (19). A expectativa é que ocorra uma queda de pelo menos 0,25% na taxa de juros.
Desde julho de 2015, os juros básicos da economia estão em 14,25% ao ano, o maior nível desde outubro de 2006. Pelas expectativas de instituições financeiras, a Selic deve cair para 14% ao ano na próxima reunião. Esta queda, no entanto, pode ser maior após a decisão da Petrobras de reduzir os preços dos combustíveis. Outro fator que deve influenciar uma eventual queda na taxa Selic foi a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice de inflação oficial do país, que recuou para 0,08% em setembro, abaixo do esperado pelo mercado. Esta foi a menor taxa do IPCA para o mês de setembro desde 1998.
Segundo especialistas, a expectativa de redução da taxa Selic é fruto da retomada da confiança do mercado financeiro em relação ao governo do país, após a consolidação do impeachment da petista Dilma Rousseff e aprovação, em primeiro turno pela Câmara, de medidas estruturantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos.
As projeções para a taxa Selic constam do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada toda segunda-feira pelo Banco Central (BC). Caso a Selic caia, será a primeira redução nos juros básicos da economia desde outubro de 2012.
Inflação
Principal instrumento do BC para controlar a inflação, a taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Ao aumentar a Selic, o Copom tenta conter a demanda, provocando reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. A medida, no entanto, enfraquece o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
A taxa Selic chegou ao seu menor patamar em março de 2013, quando atingiu 7,25% ao ano. Depois disso, em abril, a Selic passou a ter uma curva ascendente e chegou, em julho do ano passado, a 14,25%, o maior patamar desde 2006.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Agência Brasil