Em discurso no Plenário, quarta-feira (30), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) defendeu o fim do voto secreto no Congresso Nacional. Segundo o senador, a democracia brasileira tem se solidificado nos últimos anos, mas pode avançar ainda mais, instituindo-se, por exemplo, o voto aberto dos parlamentares em todas as situações. O senador disse que as leis da Transparência, da Ficha Limpa e a de Acesso à Informação são exemplos do avanço democrático da legislação brasileira.
Na visão de Rollemberg, a instalação da Comissão da Verdade, o funcionamento das instituições, as manifestações populares e a liberdade de imprensa mostram que o Brasil vive, hoje, um processo pleno de democracia. "A democracia brasileira está madura o suficiente para garantir o voto aberto no Congresso Nacional. A população tem o direito de saber como votou aquele que recebeu seu voto", declarou.
Rollemberg disse que, no caso específico de cassação de mandato, o parlamentar não tem o direito de se esconder atrás do voto secreto e o cidadão tem o direito de saber como votou o deputado ou o senador que ajudou a eleger. Ele lembrou que, em breve, é possível que o Senado tenha de passar por essa situação.
Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) elogiou o pronunciamento. Ela disse que apoia o voto aberto, mas fez duas exceções: na derrubada de veto da Presidência da República e na escolha de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deveriam continuar sendo secretos, para evitar possíveis retaliações contra os parlamentares.