O presidente da CPI do Futebol, senador Romário (PSB-RJ), sugeriu a investigação de todos os contratos da Confederação Brasileira do Futebol (CBF) firmados nos últimos dez anos com empresas estrangeiras que têm sedes em paraísos fiscais. O primeiro passo será ouvir Ricardo Teixeira, que comandou a entidade entre 1989 e 2012, e Marco Polo Del Nero, que a preside desde o mês de abril.
As convocações serão votadas nesta quinta-feira, 20. Caso aprovadas pela comissão, o comparecimento dos dois será obrigatório.
Podem ser convocados ainda para depor os empresários Kléber Leite e Cristian Corsi. Leite é presidente da empresa de marketing esportivo Klefer, parceira da Traffic na compra de direitos de transmissão de competições da CBF. Corsi é presidente do ramo brasileiro da Nike, principal patrocinadora da CBF e da seleção brasileira.
A CPI também votará requerimentos de convite, entre eles o da procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, responsável pela investigação do FBI sobre corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa). No caso de convite, a presença na comissão é opcional. Também deve ser votado convite ao jornalista Andrew Jennings, da BBC, autor de dois livros sobre corrupção no futebol global, e Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama e um dos mais longevos cartolas do futebol brasileiro.
Outro requerimento na pauta da comissão é para a formação de grupo de três integrantes para ir aos Estados Unidos tomar o depoimento de Charles Blazer, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa que foi preso pelo FBI. Ele é apontado como um dos mandantes do esquema de corrupção na Fifa e tem colaborado com as investigações.
O requerimento foi apresentado por Romário. Caso aprovado, será o terceiro depoimento no exterior que a CPI do Futebol tenta obter. Os senadores já haviam encaminhado viagens à Suíça e aos Estados Unidos para ouvir José Maria Marin, ex-presidente da CBF entre 2012 e 2015, e José Hawilla, presidente da Traffic, empresa de marketing esportivo.
Com informações da Agência Senado