Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) prestou homenagem ao centenário do educador Darcy Ribeiro, que completaria 100 anos nesta quarta-feira (26) se estivesse vivo.
Um dos maiores antropólogos brasileiros e do mundo, Darcy Ribeiro dedicou-se a incontáveis tarefas em sua riquíssima trajetória pessoal e profissional, todas unidas por sua paixão pelo Brasil.
Uma de suas maiores missões foi entender toda a complexidade do povo brasileiro e dos povos originários e, assim, compreender a construção complexa do nosso país, deixando um legado inestimável na educação, cultura e na política brasileira.
“Hoje, se vivo fosse, Darcy Ribeiro estaria completando 100 anos. Ele foi profundamente ligado ao Brasil, aos indígenas, à Educação, à Cultura, ao Folclore, e, nada mais justo de que esta data não passe desapercebida”, discursou o deputado do PSB.
Serafim Corrêa lembrou a trajetória de Ribeiro, que foi fundador da Universidade de Brasília (UNB), em 1962, chefe da Casa Civil do presidente João Goulart. No exílio, produziu obras literárias que lhe deram prestígio nacional e internacional.
De volta ao Brasil, foi vice-governador do Rio de Janeiro, ao lado de Leonel Brizola. No governo trabalhista, enquanto secretário de Educação, foi responsável pela criação dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), que levou ao país a experiência de escolarização em tempo integral, voltada para as crianças das classes populares.
“Ele deixou duas marcas indeléveis. A primeira foi a Escola em Tempo Integral caracterizada pelos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) que mudaram de ponta-cabeça a educação no Brasil. Hoje, as pessoas falam em educação em tempo integral, mas até por desconhecimento, omitem quem foi o pioneiro nesse campo, Darcy Ribeiro”, resgatou Serafim.
O líder do PSB na Casa Legislativa também trouxe à memória o projeto do Sambódromo do Rio de Janeiro, que hoje é um dos principais ícones da cultura brasileira.
“Depois ele [Darcy Ribeiro] entendeu que o Carnaval carioca, que representa o que há de melhor na cultura brasileira, tinha que ter espaço digno do seu nome. Ele, então, ao lado do Oscar Niemayer, projetou o Sambódromo, a Passarela do Samba, inaugurada poeticamente no Carnaval de 1984. São marcas de Darcy Ribeiro”, disse.
Defensor das classes populares, Darcy sonhava com um país mais justo e igualitário. Seu legado inclui, ainda, o Parque Indígena do Xingu, o Memorial da América Latina, o Museu do Índio e a Universidade Norte Fluminense.