Siqueira defende autocrítica, modernização e união do PSB para combater conservadorismo

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, participou neste sábado (2) da abertura do Curso de Formação Política das Executivas dos Segmentos Nacionais do PSB, em Brasília.

Em seu discurso, Siqueira destacou que “nunca foi tão oportuno” realizar um curso de formação política no momento em que o país vive uma “tragédia política internacional”.

“Sempre foi importante unirmos a militância do PSB, mas nunca foi tão oportuno que nós estivéssemos reunidos para fazer uma reflexão sobre a conjuntura nacional, sobre o partido, sobre as eleições 2018, os resultados e desafios que se apresentam nesse cenário político nacional”, disse.

Participaram da abertura o diretor de Organização da Fundação João Mangabeira (FJM), Fábio Maia, representando o diretor presidente Ricardo Coutinho, a secretária de Mulheres do PSB (SNM), Dora Pires, a secretária da Negritude Socialista (NSB), Valneide Nascimento, e a secretária do movimento LGBT Socialista, Tathiane Araújo. E ainda os secretários da Juventude Socialista (JSB), Tony Sechi, do Movimento Popular (MPS), Acilino Ribeiro, do Sindicalismo Socialista (SSB), Joilson Cardoso, e o cientista político da FJM, Adriano Sandri, como mediador.

O presidente afirmou que o partido não é feito somente pelo Parlamento, mas sim pela luta de seus militantes, principalmente, diante da conjuntura política atual de “devastação social, política, econômica e, sobretudo, de retrocessos graves”.

“Seguramente, tivemos o pior resultado eleitoral de todos os últimos 32 anos de democracia. Nem na ditadura tivemos uma tragédia política assim”, referiu-se ao pleito que elegeu Jair Bolsonaro.

“Surpreendentemente, elegeram um presidente de ultra-direita, despreparado, e um partido – o PSL – que saiu de sete para 52 deputados da pior qualidade”, lamentou.

Por isso, Siqueira afirma que é preciso fazer uma autocrítica e modernizar o próprio PSB para enfrentar nas ruas e no Parlamento a onda de conservadorismo. “Temos que fazer um debate político interno e o desafio que está posto é a modernização. Temos que nos antenar com a revolução tecnológica e nos capacitar para saber comunicar nossas ideias para enfrentar esse governo”.

Segundo o socialista, o sistema autoritário de Bolsonaro pode se firmar ou não, mas o PSB, como partido de esquerda, juntamente com outros progressistas e democratas, precisa pensar a agir para debelar esse regime.

“Não podemos abaixar a cabeça. Se soubermos explicar e nos comunicar com a população, essa política econômica e social autoritária vai fracassar. E essa luta precisa ser ampla, temos que buscar todos aqueles que tem contradições com esse governo”, defendeu.

Siqueira ainda fez uma análise sobre as dificuldades internas que o PSB enfrentou em 2016 e 2017 e as medidas tomadas para desfiliar 13 parlamentares dissidentes que apoiaram as reformas trabalhista e previdenciária do governo Temer.

“Tivemos que tomar medidas duras e tivemos que tirar aqueles que estavam contaminando o partido com concepções de direita reacionária ultra-liberal apoiando as reformas. O Partido Socialista Brasileiro pode perder tudo, menos rasgar sua história e jogar fora seus princípios”, afirmou.

Para Siqueira, esta decisão, sobretudo pela atuação da militância e da direção do partido, foi determinante para o resultado das eleições de outubro de 2018. “Fomos a uma eleição com 21 deputados e voltamos com 32, dos quais 18 são novos, e mais dois senadores. Esse PSB que temos hoje já se revela muito superior ao daquela bancada que anterior”, declarou.

O evento é promovido pela FJM, em parceria com o PSB e os seis segmentos organizados do partido, e será realizado até o dia 4 de fevereiro no Centro de Convenções Israel Pinheiro.