Pelo segmento da negritude participou a secretária nacional da NSB, Valneide Nascimento dos Santos.
Na abertura, Siqueira pontuou a importância da luta dos negros brasileiros por sua cidadania e exercício de representação política.
“Precisamos alcançar um grau de igualdade que ainda não atingimos, toda a população precisa ter as mesmas oportunidades, isso integra o que nós socialistas chamamos de luta democrática. Conquistar e aprofundar a democracia significa reconhecer o direito de todo cidadão”, analisou.
Além da luta por igualdade, o socialista também comentou sobre a necessidade de reconhecer a dívida histórica que o Brasil possui com os negros. “A população negra foi escravizada e dizimada, precisamos reconhecer sua relevância não só como força de trabalho, mas sobretudo, a grande contribuição cultural que essa população traz para a dança, música, literatura, teatro, cinema e muitas outras frentes”.
Outra bandeira levantada por Siqueira, e um dos objetivos do encontro, é o aumento da representatividade dos negros no âmbito partidário. Ele defendeu a presença de negros e negras nas “câmaras de vereadores, assembléias, congresso nacional e governos Estaduais”. Para O socialista, a baixa presença dessa parcela tão grande da população nesses espaços se deve às condições desiguais no país.
“É necessário que os partidos políticos continuem abrindo suas portas possibilitando que os negros participem de todas as instâncias e façam política, essa atividade é para profissionais e o melhor lugar para aprendê-la é nos partidos”, explicou.
Um dos principais objetivos do seminário foi produzir o documento “Década do Afrodescendente no Brasil 2021/2030. Também foi elaborada uma “carta proposta” ao Parlamento, para se garantir que não haverá retrocesso na legislação eleitoral que possa colocar em risco o aumento da participação dos Negros, reunir esforços para a regulamentação da ADPF 738 e apoio a PEC 19/2021, o PLS 160/2013 que está na Câmara sob o número PL8350/2017.
Os participantes debateram também temas como “empoderamento financeiro e emancipação política”, “novo pacto social e equidade”, “educação e o novo mundo do trabalho”.
A ideia do evento surgiu após conversas entre o presidente do MDB Afro, Nestor Neto, com dirigentes dos movimentos negros de diferentes partidos. “São siglas que têm um compromisso histórico com a democratização de oportunidades. Isso converge com a luta do povo negro, que ainda tem muito a conquistar”, diz Nestor Neto.