O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) mostrou-se preocupado com a falta de investimento nos parques nacionais brasileiros. Segundo ele, faltam recursos, infraestrutura e funcionários numa época que tais unidades de conservação poderiam atrair muitos turistas às vésperas de eventos estratégicos para o ecoturismo nacional, como Copa do Mundo e Olimpíadas.
Na opinião do senador, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Natureza (ICMBio) têm feito "um trabalho quase heroico frente aos drásticos contingenciamentos de verbas e precariedade de fiscalização”. "Até mesmo países com PIB menor que o nosso chegam a investir, por hectare protegido, até 25 vezes mais que o Brasil na manutenção de seus sistemas", afirmou em discurso no Plenário do Senado nesta terça-feira (6).
Rollemberg informou que, nos Estados Unidos, existe um funcionário para cada 2.125 hectares de área protegida. No Brasil, a média é de um para 18.600 hectares. "Na maioria dos casos, são analistas ambientais que têm que se desdobrar em diversas funções, que vão da elaboração de pareceres à realização de atividades educativas e à atividade de fiscalização", disse.
Diante do quadro, o senador fez um apelo aos colegas para a aprovação rápida do PLC 60/2011, encaminhado ao Congresso pelo Executivo, que cria vagas para novos servidores no Ibama e no ICMBio. A matéria está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Rollemberg lembrou que o Instituto Chico Mendes, responsável por gerir as unidades, recebe por ano cerca de R$ 200 milhões, seis vezes menos do que precisaria para desenvolver um trabalho minimamente adequado de preservação e manejo.
"Se tomarmos só a questão de incêndios, são disponibilizados hoje pelo governo federal apenas R$ 6 milhões para ações emergenciais, e o próprio ICMBio avalia que seriam necessários pelo menos R$ 30 milhões tanto em ações de prevenção quanto no combate às queimadas", explicou.
O senador finalizou lembrando a importância das unidades de conservação, as quais trazem uma série de benefícios estratégicos para o Brasil, tais como preservação da qualidade da água, desenvolvimento do turismo, possibilidade de pesquisas e função educativa e de conscientização.