O município de Guarujá, sob a gestão do prefeito Válter Suman (PSB), saiu do ranking das cidades com as maiores taxas de detecção de HIV/Aids do Brasil, segundo o Boletim Epidemiológico 2019 divulgado neste mês pelo Ministério da Saúde.
Em 2018, a cidade ocupava o 28º lugar, apresentando uma taxa de detecção da doença de 25,8%, no ranking dos 100 municípios com mais de 100 mil habitantes. Este ano, de fora dessa lista, Guarujá já possui uma taxa de detecção de 22,2%.
Os dados refletem a redução de 22% nos casos de Aids, e ainda de 12,5% nos de HIV registrados na cidade. Conforme levantamento realizado pela Secretaria de Saúde estadual, de janeiro a outubro deste ano, Guarujá teve 49 novos soropositivos (HIV+) e 32 casos de Aids. No mesmo período de 2018, foram 56 soropositivos e 41 casos da Aids.
Segundo o Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da Prefeitura de Guarujá, a cidade era a única da Baixada Santista nesta lista.
Algumas ações e estratégias de políticas públicas contribuíram para os dados positivos como o teste rápido feito em todas as unidades de saúde, no qual em 30 minutos é possível receber o resultado; a disponibilização de preservativos nas unidades para livre demanda; e a busca ativa para ampliação do diagnóstico precoce.
Outras medidas também foram implantadas pela prefeitura. Uma delas é a prevenção combinada, que são as várias estratégias usadas para diminuição da transmissão do HIV. Um delas é a profilaxia pré-exposição (chamada de PREP), quando a pessoa toma a medicação por tempo indeterminado, mesmo não tendo o HIV. Há ainda outro método, o PEP (profilaxia pós-exposição sexual), quando a pessoa faz uso de medicação, após uma exposição sem uso de preservativo.Guarujá também teve o menor índice de taxa de abandono no tratamento de pacientes com HIV do Estado de São Paulo, segundo levantamentos dos governos Estadual e Federal. A queda foi de aproximadamente 50% e aponta a qualidade do atendimento especializado na cidade.
Em maio deste ano, a taxa de abandono era de 8,2%. Já em novembro, o número caiu para 4,3%, sendo a menor do Estado, onde a taxa geral foi de 14,7%.
Os dados foram divulgados pelo Centro de Referência em Tratamento de DST/Aids de São Paulo (CRT-SP), por meio do Sistema de Investigação e Monitoramento Clínico (Simc) das Pessoas Vivendo com HIV/Aids, do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) Regional e do Ministério da Saúde.
Em Guarujá, a Unidade Complexa William Rocha, localizada no Jardim Boa Esperança, é especializada no tratamento de HIV/Aids e outras doenças infectocontagiosas, como as hepatites B e C.
Os profissionais realizam o atendimento e tratamento de maneira individualizada e multidisciplinar, além da busca ativa dos pacientes. São feitas de forma qualificada e ágil a abertura do prontuário, a consulta médica, os exames e a distribuição de medicamentos em apenas 12 dias.
Outro ponto que contribui na redução do número de pessoas que abandonam o tratamento é a humanização no atendimento prestado a esses pacientes. No serviço oferecido pela Unidade Complexa, por exemplo, os pacientes recebem atenção especial dos farmacêuticos locais – profissionais que têm papel fundamental durante a retirada de medicação por parte dos doentes, que são conscientizados e incentivados a continuarem o acompanhamento.