O deputado federal José Stédile (PSB-RS) participou, no último domingo (07), da cerimônia de abertura da 25ª edição do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação – XXV CBBD. O evento, que tem foco na educação e incentivo à leitura, acontece em Florianópolis e recebeu mais de 1.500 pessoas na solenidade.
Em seu discurso, o deputado Stédile enfatizou que não existe desenvolvimento de um país sem investimentos na educação e na leitura. “As pessoas precisam estar instruídas e o livro, a leitura e as bibliotecas constituem elementos fundamentais para a construção de uma sociedade democrática”. O deputado afirmou que o desenvolvimento sustentável se dá com investimento na formação das pessoas. “É necessário mais incentivo e valorização das bibliotecas públicas e de seus profissionais”, argumentou Stédile.
O socialista também falou dos principais temas que defende e a luta junto à Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública. “Os principais pontos que defendemos são: no mínimo uma biblioteca com bibliotecário por município; biblioteca 24 horas nas capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes; utilização de parte dos recursos dos royalties do pré-sal, que serão destinados à educação, para investimentos em bibliotecas e projetos que incentivam a leitura; utilização das bibliotecas escolares pelas comunidades; e valorização dos profissionais em biblioteca, documentação e ciência da informação”, concluiu ele.
Para encerrar seu discurso, o deputado falou da dificuldade de aprovação na Câmara de projetos nas áreas da educação e cultura ou que beneficiem o trabalhador. “Os projetos para bancos e para o grande capital são facilmente aprovados. Por outro lado, os projetos que favoreçam a classe trabalhadora e de incentivos para o desenvolvimento cultural da nossa população levam anos para serem analisados”, destacou Stédile.
A anfitriã do evento, Sigrid Karin Weiss Dutra, presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB), ao dar boas-vindas, falou sobre a descentralização da atuação da entidade, destacando que é preciso gerir a federação, garantindo condições de visibilidade e sustentabilidade às suas associações. Sigrid também lembrou os milhares de brasileiros que foram às ruas em manifestações pacíficas, e destacou o potencial da biblioteconomia nesse contexto.
Também compuseram a mesa de autoridades na abertura oficial do XXV CBBD, José Paulo Speck Pereira, presidente da Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB); José Castilhos Marques Neto, secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), programa vinculado ao Ministério da Cultura; Emir José Suaiden, diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT); e Regina Céli de Sousa, presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia.
Após a solenidade de abertura, o público prestigiou a palestra magna proferida pela presidente da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), a bibliotecária canadense Ingrid Parent. A palestrante falou sobre as velozes mudanças do mundo digital. Para a especialista, “as alterações tecnológicas são forças motrizes que estão mudando a nossa profissão. O tempo da internet não espera por ninguém. É preciso trabalhar em grupo para compreendermos essas mudanças, prepararmos as bibliotecas para atender essas inovações, e para redefinirmos nosso público leitor na era digital”, disse.
A presidente da IFLA contou que a entidade está elaborando um relatório global de tendências, que será apresentado no mês que vem em uma conferência mundial. Este documento traça um perfil de como será a sociedade da informação daqui a cinco anos. “Com este trabalho, adianto que nós já concluímos a existência de um panorama mutável da educação, com fontes diversificadas de informação e aprendizagem flexível nas escolas, com novas ferramentas em salas de aula”, explicou.
Sobre o evento:
De 7 a 10 de julho, no Centro de Convenções da capital catarinense, o CentroSul, profissionais de todo o Brasil participam de três grandes conferências, com os bibliotecários e consultores estrangeiros Stephen Abram (Canadá) e Klaus Werner (Alemanha), além da brasileira Marta Pomim Valentim, doutora na área, e professora de graduação e pós-graduação.
Em período integral, está à disposição do público uma feira de produtos e serviços nos estandes expositores. Haverá ainda espaço, durante todas as manhãs, para reuniões e visitas técnicas às bibliotecas de Florianópolis. Além de workshops, fóruns temáticos e comunicações de trabalhos orais e pôsteres, através de apresentações onde os participantes poderão adquirir novos conhecimentos, socializar melhores práticas e refletir em torno dos avanços científicos e tecnológicos observados na área, assim como os seus impactos sobre os profissionais e a sustentabilidade das bibliotecas e unidades de informação.
Destaque para o lançamento da campanha nacional “Eu Amo Biblioteca, Eu Quero”. Uma iniciativa da FEBAB que pretende incentivar a instalação de pelo menos uma biblioteca pública em todas as cidades brasileiras, com o objetivo de conscientizar o cidadão acerca de seu direito a bibliotecas que atendam suas necessidades de informação, sejam elas voltadas ao lazer, à cultura, ou à educação continuada e o exercício pleno da cidadania.
O evento é realizado pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB) e pela Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB).