Em iniciativa inédita para o setor, o deputado federal José Stédile (PSB-RS) lançou nesta terça-feira (4) a Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública. Um grupo de deputados, liderados por Stédile vai discutir o papel estratégico destes locais na formação intelectual do cidadão. Stédile também quer garantir a destinação de mais verbas para o setor e garantir na Lei a implantação de mais bibliotecas no País.
Também está nos planos do grupo modernizar as bibliotecas, qualificar e capacitar bibliotecários, disponibilizar um acervo vasto e atual. “Vamos lutar para que os homens e as mulheres brasileiras enxerguem o mundo com outros olhos, sem limitações. Não é possível pensar que exista um país, com o crescimento do nosso, que possui uma taxa de 70% de analfabetos funcionais”, afirmou Stédile no ato de lançamento.
Muito prestigiado, o evento reuniu representantes de diversas Bibliotecas Públicas, do Ministério da Educação, Ministério da Cultura, do curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília, além do Conselho Federal de Bibliotecários, dentre outros.
O Subsecretário de Políticas do Livro e Diretor da Biblioteca Nacional de Brasília, Antônio Miranda, deu algumas sugestões para os parlamentares. Para ele, neste momento o mais importante é a definição de uma legislação que determine os padrões de funcionamento das Bibliotecas Públicas. O diretor também salientou a importância do suporte tecnológico, ausente em muitas bibliotecas. “Seria fantástico poder contar com recursos como Bibliotecas híbridas, que unam livros virtuais a livros físicos”.
Para presidente do Conselho Nacional de Biblioteconomia, Nêmora Rodrigues, o momento é extremamente favorável para o fortalecimento das Bibliotecas Públicas no país. “Nós já temos um diagnóstico da situação. Contamos com projetos do Governo como o Programa Nacional de Livro e Leitura, além do recém lançado Cadastro Nacional das Bibliotecas Públicas. Basta começar a trabalhar”, pontuou.
Nêmora comentou ainda sobre a importância da qualificação e da valorização dos profissionais da área de Biblioteconomia, fato também presente na fala da coordenadora da Biblioteca Demonstrativa de Brasília, Maria da Conceição Salles. “A maior dificuldade das Bibliotecas Públicas hoje é na área de pessoal. Nós precisamos de salários decentes para os bibliotecários”, defendeu.
O Diretor do Livro e da Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Santos, mencionou a necessidade de políticas de manutenção, gestão, modernização e avaliação das Bibliotecas Públicas. “Não basta apenas implantar unidades pelo país. Precisamos zelar pelo bom funcionamento delas”, defendeu.