O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) defendeu durante a abertura do Diálogo Municipalista 2015, em Recife, a criação de um imposto sobre grandes fortunas e heranças, como ocorre em países como Estados Unidos e Alemanha. O encargo poderia gerar uma arrecadação acima de R$ 16 bilhões por ano, o que evitaria a recriação da CPMF, que penaliza as camadas mais pobres da população pela distorção de preços ao longo das cadeias produtivas.
“Temos que cobrar mais de quem pode pagar mais; é assim que acontece nas maiores nações do mundo. Somos um dos únicos países que não taxa sobre dividendos. Os ativos que estão no exterior, estimam os especialistas, chegam a 500 bilhões de dólares. Boa parte deste dinheiro pode e deve ser repatriado”, defendeu o senador socialista.
O evento, realizado pela Confederação Nacional dos Municípios, reuniu nos dias 22 e 23 de outubro, na capital pernambucana, prefeitos, gestores, secretários, vereadores e agentes municipais para discutir soluções para a atual crise que o país enfrenta.
Relator da Comissão Especial para o Aprimoramento do Pacto Federativo (CEAPF) no Senado Federal, Bezerra Coelho fez duras críticas ao governo federal. O senador afirmou que houve demora em reconhecer as dimensões da crise e as falhas sucessivas na condução da economia. O senador socialista lembrou que os primeiros alertas, em 2013, foram feitos pelo ex-governador Eduardo Campos, que já defendia os cortes nos gastos públicos e um novo pacto federativo.
“Nenhum país sai da crise sem um verdadeiro corte de gastos. É um remédio amargo, mas que precisa ser tomado”, defendeu Bezerra Coelho.
Para o senador, a revisão do destino do ICMS é uma necessidade urgente, especialmente para o Nordeste. “O ICMS precisa deixar de ser um imposto de produção para ser um imposto de consumo. É na ponta, no consumo, que se deve pagar a maior parte deste imposto”, defendeu.
Com a Assessoria de Comunicação do Senador