O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) disse nesta terça-feira (13) que a transição de governo foi a “mais participativa” de todos os tempos. Oficialmente, 940 integrantes fizeram parte dos grupos de trabalho, mas perto de 5 mil pessoas contribuíram de forma voluntária.
O gasto foi a metade em relação ao último governo de transição, de Michel Temer (MDB) para Bolsonaro, disse Alckmin na solenidade de encerramento dos trabalhos, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local onde as equipes trabalharam durante 30 dias.
Coordenado pelo vice-presidente eleito, o trabalho contou com 32 grupos técnicos e dois conselhos. “Se contar a participação a distância, foram mais de 5 mil pessoas no Brasil inteiro que deram sua contribuição voluntária, com despesas até de viagem, locomoção, para trazer a sua contribuição, para que nós pudéssemos entregar essa ferramenta ao presidente Lula”, afirmou Alckmin.
Uma das medidas que serão sugeridas pela equipe prevê a revogação de uma lista de atos de Bolsonaro. O novo governo vai receber um documento com 23 páginas de sugestões de portarias, decretos e demais atos da atual gestão que devem ser anulados.
Durante a solenidade, Alckmin disse que Lula fez uma campanha limpa percorrendo o Brasil, e não “em cima de uma motocicleta, fazendo motociata”. “Lula fez uma campanha muito participativa. Não se faz uma campanha de um governo democrático em cima de motocicleta, fazendo motociata”, afirmou, em crítica a Bolsonaro.
“A gente faz campanha ouvindo, dialogando, conversando. O presidente Lula percorreu o Brasil de Norte a Sul, Leste a Oeste, fazendo reuniões com movimentos culturais, cooperativas, sociedade civil organizada, cultura, educação, saúde, meio ambiente”, disse Alckmin.
O vice-presidente eleito comparou os números da transição com a de Bolsonaro, quatro anos atrás. “É interessante comparar com o governo que está saindo, que teve 233 participantes. Nós tivemos mais de 5 mil. Mas eles nomearam 43 dos cargos (com pagamento de salários), que a lei estabelece, enquanto nós nomeamos 22, ou seja, metade do gasto e com participação muito maior.”
O trabalho da equipe transição foi determinante ainda para a formulação do texto da Proposta de Emendas à Constituição (PEC) que deve elevar em R$ 145 milhões o teto de gastos para custear o pagamento de R$ 600 aos beneficiários do Bolsa Família.
Com informações do Estadão