O deputado federal Antônio Balhmann (PSB-CE) afirmou ser preciso reconhecer que o Brasil ainda não tem condições de dar competitividade à indústria nacional porque necessita de uma mudança profunda na matriz fiscal tributária. Para ele, os elevados impostos prejudicam todos os setores da economia brasileira e não somente a indústria automotiva.
Ao se referir aos elevados preços dos carros no país, tema central do debate realizado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, nesta quarta-feira (23), Balhmann afirmou que, diante do cenário atual, com elevados impostos que incidem sobre toda a cadeia de produção automobilística, o Brasil não tem condições de oferecer a produção a baixo custo. “Dessa forma, perdemos mercado para os veículos importados e não conseguimos ampliar nossa participação no mercado externo.”
Esta também é a opinião do vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan Yabiku, que durante a reunião apresentou dados sobre o potencial da indústria automobilística brasileira. Ele lembrou que o Brasil tem o maior custo de produção do automóvel e defendeu a criação de política de competitividade para o setor. “Caso contrário, a tendência é que, em 2020, ampliaremos a participação de veículos importados no país em mais de 50%”.
Luiz fez questão de ressaltar os altos investimentos do segmento, que representa mais de 22% da produção industrial brasileira. “As empresas já anunciaram investimento de mais de 20 bilhões de dólares até 2015.” Ainda de acordo com o vice-presidente da Anfavea, somente a área produtiva dessas indústrias é responsável pela geração de 1,5 milhão de empregos. “Recentes pesquisas apontam que a cadeia automotiva é a mais importante da economia brasileira, pois atua como indutora direta e indireta do crescimento dos demais setores”, ressalta.
Incentivo – O representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Paulo Sérgio Coelho afirmou que o Governo Federal está atento às necessidades do setor automobilístico. Nesse sentido, Paulo Sérgio explicou que o MDIC trabalha na formulação de uma política industrial que atuará na atração de novos investimentos, fortalecimento do comércio exterior e no incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação.