
“Esse momento exige de nós, socialistas, do ponto de vista interno do partido, uma vigilância que a militância tem exercido com muita eficácia para que não permitamos que o PSB se deforme de forma alguma”, defendeu Carlos Siqueira. Foto: Humberto Pradera
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu o papel de resistência dos socialistas para evitar o avanço de uma “onda conservadora” no Brasil e no mundo, dado o desequilíbrio atual entre as forças políticas de esquerda e de direita.
Siqueira participou da abertura do Curso de Formação Política e Ativismo Partidário do Movimento Popular Socialista (MPS), realizado nesta sexta-feira (4), em Brasília, com lideranças de todo o país. Ele criticou o governo de Michel Temer por propor as reformas trabalhista e previdenciária, o que, na sua opinião, evidenciou o caráter conservador de seu projeto. “O nosso partido decidiu fechar questão contra essas duas reformas para que não pudéssemos colocar nossas digitais num retrocesso tão monumental”, disse ao lembrar da reunião da Executiva Nacional, realizada em abril, que definiu, por unanimidade, posição contrária às propostas.
Na avaliação do presidente do PSB, o país e o mundo passam pelo pior momento de crise nos âmbitos político, econômico e social. Por isso, é preciso que os progressistas resistam a esse retrocesso e não permitam o regresso dos direitos sociais já conquistados, defendeu em tom de convocação.
Siqueira destacou a importância da atuação dos segmentos organizados do PSB no processo de resistência e de luta. “Esse momento exige de nós, socialistas, do ponto de vista interno do partido, uma vigilância que a militância tem exercido com muita eficácia para que não permitamos que o PSB se deforme de forma alguma e que possamos aperfeiçoar nossos méritos”, afirmou.
O que está acontecendo no mundo, avaliou o presidente socialista, é uma deformação da democracia e dos partidos políticos. “Há uma desqualificação da atividade política, um desprestígio dos partidos e dos políticos, que é algo sem precedentes na história, onde muitos chegam à casa parlamentar sem ter, de fato, a noção da importância dos postos que conquistaram nas urnas”, lamentou.

Participante transmite o evento ao vivo pelas redes sociais. Foto: Humberto Pradera
Isso é, segundo Siqueira, um reflexo da despolitização da sociedade e da renúncia à política pelos políticos. “O que está acontecendo no nosso regime democrático é que os políticos e partidos não discutem e não estão mais fazendo política. Muitos estão fazendo negócios, e isso, de maneira alguma, é aceitável aos olhos da sociedade”, avaliou.
Siqueira ressaltou que os motores de luta dos socialistas devem ser contra as injustiças e preconceitos de qualquer tipo, além da busca pela mudança e pelo aperfeiçoamento da sociedade. “Um partido político, especialmente um partido socialista, nunca se completa, ele sempre terá desafios pra que possa aperfeiçoar e levantar novas teses pra ser contemporâneo nas lutas de cada sociedade. Nós queremos que o PSB se torne um instrumento de transformação real, foi isso o que sempre quis Miguel Arraes e tantos outros que presidiram nosso partido nesses 70 anos”, finalizou.
O curso de formação é coordenado pela secretária nacional do MPS, Maria de Jesus. Na abertura, participaram o secretário nacional de Relações Internacionais e Políticas Estratégicas do MPS e secretário regional do MPS-DF, Acilino Ribeiro, o cientista político da Fundação João Mangabeira (FJM), Adriano Sandri, o vereador de Caxias do Sul e secretário estadual do MPS-RS, Elói Frizzo, o vereador do Amapá e integrante da Comissão de Controle Social dos Gastos Públicos – OAB/AP, Washington Picanço, e a secretária nacional da Negritude Socialista Brasileira (NSB), Valneide Nascimento. O curso termina neste domingo (6), no Hotel Nacional, em Brasília.
Confira a galeria de fotos do evento no Flickr do PSB: