Em visita oficial à Arábia Saudita e à China, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, assinou uma série de acordos em prol dos interesses nacionais e da economia brasileira.
Em Pequim, em reunião com Alckmin, a Sinovac divulgou que investirá US$ 100 milhões no desenvolvimento de terapia celular e produção local de vacinas e anticorpos monoclonais no Brasil. Sinovac e Fiocruz anunciaram, conjuntamente, a intenção de cooperar na pesquisa e desenvolvimento de vacinas para o combate a crises sanitárias.
Alckmin celebrou a parceria com a Fiocruz, lembrando que anteriormente a Sinovac já havia colaborado com o Brasil, mais especificamente o Instituto Butatan. “Eu tomei Coronavac”, afirmou o vice-presidente, citando o imunizante que ajudou a salvar milhares de brasileiros na pandemia de Covid-19. “A ciência ajuda o mundo e temos que avançar ainda mais, temos que trabalhar juntos, por isso saúdo a disposição da Sinovac de investir no Brasil”.
O vice-presidente e ministro também assinou memorandos de entendimento (MOU, na sigla em inglês) para a promoção do café brasileiro na maior rede de cafeterias da China, a Luckin Coffee, e para a criação de um hub de inovação brasileira em Xangai. As duas iniciativas foram pela Agência Brasileira de Promoção à Exportação (ApexBrasil).
A Luckin Coffee, rede de café com mais de 16 mil lojas na China, é a principal importadora de café brasileiro no país. Por meio da parceria, a empresa se compromete a promover e comercializar ativamente o café brasileiro para seus clientes e parceiros. O acordo assinado prevê a compra de aproximadamente 120 mil toneladas de café brasileiro pela rede, no valor cerca de U$ 500 milhões.
“Em 2022, o Brasil exportou US$ 80 milhões em café e no ano passado, foram US$ 280 milhões, praticamente quatro vezes mais que no ano anterior. Agora, só neste contrato com a Luckin Coffee, estamos falando de meio milhão de dólares, o que demonstra que o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, está abrindo mercados”, afirmou o vice-presidente.
50 anos de relação Brasil-China
O vice-presidente Geraldo Alckmin abriu nesta quarta-feira (5/6), em Pequim, o Seminário Empresarial Brasil-China: os próximos 50 anos. 2024 marca o quinquagésimo aniversário das relações entre os dois países.
No evento, representantes governamentais e empresários dos dois países foram enfáticos sobre a importância da parceria estratégica Brasil-China e descreveram oportunidades de negócios para os dois países desenvolverem nos próximos anos.
Alckmin abriu o evento lembrando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê a China como parceiro estratégico e preferencial do Brasil, enquanto Wang Shouwen, vice-ministro de Comércio da China, afirmou que seu país sempre coloca o Brasil como prioridade diplomática. Representantes dos dois países também veem amplo potencial em políticas de estado brasileiras como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Novo PAC.
“Vamos trabalhar ainda mais para aprimorar a nossa parceria, mas quero dizer especialmente às empresárias e empresários brasileiros que estamos juntos, com o propósito da prosperidade, do combate à pobreza, da criação de emprego e do desenvolvimento”, afirmou Alckmin. “Tenho certeza que teremos, com o talento e o espírito público, e a capacidade de empreender dos empresários brasileiros e dos empresários chineses, ferramentas para podermos alcançar o bem comum”.
O vice-presidente também enfatizou a importância de que as exportações do Brasil para a China, ainda concentrada em commodities, seja complementada com produtos e serviços de maior valor agregado. Segundo ele, é importante que os dois países explorem as complementariedades econômicas no relacionamento bilateral.
Parceria com a Arábia Saudita
Em Riad, capital da Arábia Sautida, Alckmin assinou um acordo de protocolo de intenções com a maior varejista do Oriente Médio, o Lulu Hypermarket. O objetivo é promover 200 produtos brasileiros no mercado saudita.
“Estamos dando continuidade ao trabalho iniciado pelo presidente Lula, que esteve aqui no final do ano passado”, afirmou Alckmin. “Para aumentar investimentos e vender nossos produtos, por meio de mais parcerias com a Arábia Saudita, uma das economias mais dinâmicas do mundo, contamos com apoio da Apex”, acrescentou.
Em novembro, por meio do projeto Brasil na Vitrine, os produtos brasileiros estarão no país do Oriente Médio por uma semana. A rede varejista conta com 60 lojas espalhadas pelo território saudita, além de outras 260 na região do Golfo Pérsico. A empresa vai selecionar os produtos e também se encarregará do processo de compra e de logística de importação para Arábia Saudita.
Outras parcerias
Um dos destaques da agenda do vice-presidente foi a assinatura do Acordo de Cooperação em Defesa com o ministro saudita Khalid bin Salman. O documento prevê o aprofundamento das relações entre as nações em diversas áreas, com destaque para indústria, logística e tecnologia.
Apenas em 2023, o comércio bilateral entre os dois países foi de quase US$ 7 bilhões. A Arábia Saudita é o principal parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio.