
foto: Sérgio Francês
O líder da bancada do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), irá apresentar uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República em nome de seu partido contra o presidente Jair Bolsonaro após ele pedir, na última quinta-feira (11), em transmissão ao vivo, para que seus apoiadores entrem em hospitais de campanha e façam imagens da ocupação dos leitos.
“O PSB apresentará notícia-crime contra Bolsonaro na PGR. Já que estão investigando os que atentaram contra a saúde pública, devem também investigar quem estimulou as ações criminosas. Bolsonaro não pode continuar causando a morte de brasileiros impunemente!”, escreveu o parlamentar em rede social.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou neste domingo (14) a abertura de investigação contra os responsáveis por promover essas invasões a hospitais na pandemia.
Nos últimos dias têm ocorrido, em vários locais do país, situações de ameaças e até agressões, a profissionais de saúde que estão trabalhando no combate à epidemia do novo coronavírus. Para o socialista, a fala de Bolsonaro, que pede a seus apoiadores que “arranjem uma maneira de entrar e filmar” as ocupações de hospitais de campanha, é uma forma clara de incitar essas ações violentas. “Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”, disse Bolsonaro.
“Indubitavelmente, condutas dessa natureza colocam em risco a integridade física dos valorosos profissionais que se dedicam, de forma obstinada, a reverter uma crise sanitária sem precedentes na história do país”, diz o pedido de Augusto Aras, que também cita o conteúdo de gravação audiovisual de evento ocorrido na última terça-feira (9), em que um indivíduo ofende um profissional de saúde em frente ao Hospital Regional de Ceilândia, causando perturbação ao funcionamento da unidade.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também se pronunciou neste domingo e afirmou que “invadir hospitais é crime” assim como “estimular” esse tipo de atitude, como fez o presidente.